As mudanças climáticas tem afetado milhares de pessoas, seja por falta de água, seja pelas enchentes devastadoras, como é o caso de milhares de habitantes da Amazônia legal. Em 2015, no Acre, cerca de duzentas mil pessoas foram atingidas pelas cheias dos rios.
Pensando em encontrar soluções para este problema o Estado do Acre deu um passo afrente dos demais estado do País nesta sexta-feira, 28, com a realização de uma audiência pública para debater as mudanças climáticas, intitulada " O Acre e as mudanças climáticas ".
A audiência foi promovida pela ALEAC ( Assembleia Legislativa do Acre) através de um requerimento do deputado estadual Dr. Jenilson Leite ( PCdoB).
O comunista demonstra por meio de sua atuação parlamentar ser um representante do povo que acompanha os avanços da sociedade. Além de revelar seu lado ambientalista.
O evento ocorreu no auditório da Livraria Paim, em Rio Branco.
Tendo como palestrante a ex-senadora do Acre e ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva, conhecida mundialmente por defender a preservação das Florestas, o vice-presidente do Senado, Jorge Viana, o prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre, professores doutores da UFAC, pesquisadores do INPA. Na audiência, além de debater as mudanças climáticas e o uso sustentável do meio ambiente, também foram discutido medidas para ajudar os municípios do Acre destruídos pelas cheias dos Rios.
Vejo o que falaram
Dr. Jenilson Leite (PCdoB) disse que o evento é um marco no processo de discussão que é necessário ser realizado para a elaboração de políticas públicas com vistas a reduzir esses impactos. “Precisamos entender melhor esse tema, compreender o que está acontecendo no nosso planeta. Temos aqui palestrantes renomados, que compreendem tanto do ponto de vista científico, como de propostas que podem diminuir os impactos dos episódios que podem nos causar grandes transtornos futuramente”, pontua o autor da proposta.
Para a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PSB), a iniciativa da Assembleia Legislativa do Acre é louvável e contribui com o país na elaboração de uma proposta para ser apresentada na COP21, que deve ser realizada em Paris, no mês de dezembro. “Infelizmente o governo brasileiro não apresentou quais são os compromissos que o Brasil vai assumir em Paris. Os Estados Unidos já apresentaram, o México, a Índia, a União Europeia e o Brasil até agora não disse quais são esses compromissos. A mobilização em cada Estado de cada setor é fundamental. Então, iniciativas como essas que estão sendo feitas aqui e como outras que acontecem no Brasil são importantes para que o nosso país assuma a sua responsabilidade e não perca o protagonismo que tinha, mas que infelizmente está perdendo”, disse ela.
Já o vice-presidente do Senado Federal, senador Jorge Viana (PT/AC), ressaltou que se nada for feito a Amazônia será a principal prejudicada com os efeitos da emissão de gases de efeito estufa. “Nós temos que refletir muito sobre a vida que estamos levando e sobre o padrão de produção e consumo em que vivemos. Moramos em uma região que possui o maior depósito de gases de efeito estufa, que são nossas florestas. Então temos que trabalhar para que haja, sim, o desenvolvimento humano, mas sem por em risco o próprio planeta. Se essas mudanças bruscas continuarem avançando, uma das regiões que mais sentirá os efeitos é exatamente a Amazônia”, diz Jorge Viana.
A chefe da Casa Civil, Márcia Regina, representando o governador Tião Viana (PT) no evento, disse que o governo do Acre tem intensificado as ações para o aproveitamento de áreas já abertas. “Eu pude acompanhar de perto as mudanças feitas pelo ativismo para que o Acre hoje fosse um estado inovador, na inclusão das pessoas e na preservação de suas florestas. Estamos com programas de recuperação de áreas abertas em expansão, e isso é muito importante para a preservação das nossas florestas”, salienta.
O prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT), destacou que é necessário refletir para buscar soluções para o enfrentamento desses problemas climáticos. “Quero parabenizar a Assembleia Legislativa do Acre e o deputado Jenilson Leite por essa iniciativa. Ano passado o Rio Madeira viveu a maior cheia de sua história, este ano foi o Rio Acre. Enfrentamos agora o início de um verão também rigoroso, que traz problemas como as queimadas, seca dos rios, desabastecimento de água, entre tantos outros. Por tudo isso, precisamos refletir e buscar soluções, tanto imediatas como a longo prazo para esses dois extremos do clima.”, considera.
Por Leandro Matthaus
Blog Tarauacá Agora
Foto: Jardy Lopes