TARAUACÁ: CONHEÇA O PROJETO TAUARI - MAIOR CONJUNTO DE AÇÕES DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL DO ACRE ATRAVÉS DO CRÉDITO DE CARBONO


Por conta de muitas dúvidas, incompreensões e desinformação com a disseminação de fake News, o que tem deixado confusa a população dessas áreas rurais e a própria opinião pública no município de Tarauacá, em visita ao programa ‘Bom Dia Tarauacá’ que vai ao ar pela rádio difusora de Tarauacá semanalmente, representantes do Projeto Tauari conversaram com os ouvintes e explicaram, de forma pedagógica para a população, os detalhes do projeto, as ideias, objetivos e ações que estão desenvolvendo na região de florestas ao longo da BR 364 região do Tauari, com a utilização dos recursos provenientes do crédito de carbono.

Wilker Silva

Wilker Silva, Gerente local e Fábio Carvalho, Diretor Regional do Projeto Tauari falaram sobre o assunto:


Abaixo, o que eles disseram:

WILKER SILVA - O projeto Tauari é um projeto de conservação florestal, que foi idealizado pela Samaúma, uma empresa de São Paulo, que fez a aquisição da área ali da fazenda que conhecemos como fazenda Tauari. É um projeto para desenvolvimento de crédito de carbono. Falando diretamente isso para crédito de carbono, a ideia, o objetivo geral, é a redução da emissão dos gases de efeito estufa, de forma mais técnica, é o aumento desse sequestro, do acúmulo, vamos aprisionar da forma mais fácil, esse gás carbono das nossas florestas.

O projeto Tauari é um projeto de conservação florestal, que foi idealizado pela Samaúma, uma empresa de São Paulo, que fez a aquisição da área ali da fazenda que conhecemos como fazenda Tauari. É um projeto para desenvolvimento de crédito de carbono. Falando diretamente isso para crédito de carbono, a ideia, o objetivo geral, é a redução da emissão dos gases de efeito estufa, de forma mais técnica, é o aumento desse sequestro, do acúmulo, vamos aprisionar da forma mais fácil, esse gás carbono das nossas florestas.

Então vamos trabalhar com conservação mobilizando e envolvendo as populações dessas regiões. Além de conservar a floresta, queremos melhoria da qualidade de vida e da renda para essas comunidades, além de desenvolvimento sustentável, em que possamos usar os recursos das áreas, da melhor forma possível para que os nossos filhos, netos, possam também usufruir desses bens. Estamos com diversas ações voltadas para as comunidades.

Para uma melhor compreensão, no projeto Tauari, montamos uma estrutura de gestão territorial, em núcleos de atividades que chamamos de programas, que são voltados para a interação direto com as comunidades.

Para exemplificar, são cinco núcleos:

O primeiro é o programa de uso sustentável, que está voltado muito para esse uso sustentável dos recursos, trabalhar com melhoramento da produção, com uso te tecnologia. Somos a favor nossos produtores produzam e vivam bem. Que possam produzir da melhor forma possível, mais e ganhar o seu dinheiro que todo mundo quer.

Temos o programa de interação socioambiental, que está voltado para trabalhar essa governança das comunidades. Essa é a parte mais social, tentar buscar essas melhorias na questão, trazer para a educação, saúde. Nós temos nessa interação socioambiental, um contrato com a Unicef, que trabalha diretamente com essa questão da parte social e vai estar fazendo uma visita no território nos próximos dias.

Programa de biodiversidade, voltado simplesmente para falar dessa parte de mais educação ambiental, da melhoria da qualidade das nossas florestas, do retorno da caça, que eu sei que todos os moradores utilizam isso como meio de subsistência e hoje eles reclamam bastante que a caça está mais longe. Então o nosso programa de biodiversidade está trabalhando essas bases para a melhoria da qualidade ambiental daquele local.

Programa que trabalha com o monitoramento da nossa área, buscando compreender o que está acontecendo, sempre conversando com os nossos moradores

O nosso programa que nós estamos criando agora é o programa de regularização fundiária, que vai trabalhar com os nossos comunitários, com as pessoas que moram naquela região, buscando a regularização fundiária de todas as pessoas que forem possíveis. Então é o programa mais recente que estamos montando e iremos iniciar os trabalhos a partir desse mês. Existem outros projetos para a população em Tarauacá ainda vai conhecer.

Então, nós temos conversado com as comunidades justamente isso, uma fala que nós deixamos sempre explícita é, nós não somos contra quem produz. Você tem que produzir bem e melhor. Todos nós precisamos produzir a alimentação, o pão de cada dia, o alimento na mesa, pois é o meu filho que precisa comer. Nós sabemos disso, tivemos agora uma sequência de quatro reuniões nas comunidades Tauari, Gregório, Mamoré e Acuraua falando justamente sobre produção e, principalmente nós estamos oferecendo desde o ano passado, o que é assistência técnica. Buscamos melhorar a produção dessas pessoas com assistência técnica. Nossos técnicos estão diariamente na comunidade fazendo o nosso trabalho, buscando ali novas tecnologias para melhorar a produção dessas pessoas. Repito, não somos contra quem produz, mas, novamente sempre falamos para essas pessoas que o nosso Estado tem leis, existe a legislação ambiental e nós devemos seguir. Assim como nós temos a responsabilidade de seguir essa legislação, as pessoas que moram na área também têm, mas, estamos buscando alternativas para que eles possam cumprir essa legislação e viver bem, produzindo”.


QUEM É WILKER SILVA?

Wilke Silva, acreano de Assis Brasil que nasci e me criei comendo farinha com peixe naquelas beiras do rio Acre. Tenho tomado bons cafés, já tenho um costume bom de tomar café com os comunitários e isso é muito bom. Saí de Assis Brasil só para estudar, me formei ali em engenharia florestal na Universidade Federal do Acre. E falando um pouco de experiência, trabalhei também pelo ICMBio, em gestão de unidade de conservação.

Fui gestor da maior unidade de conservação do nosso estado, que é a Reserva Extrativista Chico Mendes. Então passei ali algum tempo trabalhando com aqueles comunitários naquela unidade de conservação. A nossa área aqui, a nossa área do projeto Tawari tem 150 mil hectares lá, tem quase um milhão de hectares. Aqui são 333 famílias, lá são mais de 3 mil famílias. Então trabalhei, ganhei experiência, engrossei o couro, como a gente pode falar naquele local. E também passei um período sendo gestor de unidade de conservação federal ali em Boca do Acre. Então fui gestor de 3 unidades de conservação ali, Floresta Nacional do Purus, Floresta Mapiai na UINIM e a Reserva Zarapixi. Tive uma excelente oportunidade de trabalhar ali. E como o Fábio falou, trabalhar em unidade de conservação nos dá uma experiência maravilhosa, que é essa questão do comunitário, da vida do ribeirinho, dessa relação que a pessoa tem com a floresta”, disse.

CONSIDERAÇÕES FINAIS DE WILKER

“ Eu fiz um compromisso com os moradores, as reuniões que nós fizemos, de que nós faríamos um comunicado oficial. E esse é o comunicado oficial. Iremos fazer regularização fundiária. É o nosso compromisso público para que se torne cada vez mais... Vocês tenham confiança naquilo que nós queremos fazer. Estou muito satisfeito e muito feliz de ter recebido a oportunidade de estar gerenciando o projeto Tawari aqui no território. Sim, assim como o Fábio. falou, me procurem. Se tem dúvidas, me procurem. Nós estamos baseados ali na Vila São Vicente, logo após a ponte, do lado esquerdo, sentido Cruzeiro do Sul. Então nos procurem, estamos ali de segunda a segunda. Sempre tem alguém naquela base que pode dar auxiliando os senhores”.

Fábio Carvalho

Fábio Carvalho - “O Mundo Real é algo muito importante para essa empresa que está chegando. Nós estamos chegando e queremos ficar e para ficar tem que fazer bem feito. Então o Mundo Real é muito importante.

O que é o Mundo Real?

Nós temos um território, uma propriedade de 150 mil hectares e isso é um fato. Mas, esse território também é ocupado por 330 famílias e algumas há muito tempo, e o reconhecer que essas pessoas estão lá e elas precisam viver e viver melhor é algo interessante. É algo que a gente como empresa quer fazer junto. Nossa empresa quer produzir riqueza com a floresta em pé. Mas, não posso produzir riqueza na parte do território que ficou para a gente, tendo pobreza ou tendo dificuldades lá de fora, ou causando constrangimentos ou dificuldades para o produtor que está lá há 30, 40, 50 anos.

Então o que a gente quer?

A gente quer ser um bom vizinho cuidando da nossa parte e conversando com o vizinho e vendo de que forma a gente pode contribuir. E já estamos tendo boas respostas, por exemplo: Dessas 333 famílias, 333 querem regularização fundiária, todos querem, todos querem ter o direito ao território deles, de uso deles, que traz o sustento familiar. Eles querem ter essa garantia e terão. A gente se compromete publicamente a trabalhar junto com eles para regularizar a situação deles.

A gente está montando um conselho que terá representante deles, da empresa, e convidaremos a sociedade civil, sindicatos e organizações locais, que podem contribuir nesse processo. Para que a gente tenha, ao final desse processo, gostaríamos de ter 333 famílias regularizadas e mais do que isso, felizes. Vamos ajudar todos os casos que sejam possíveis. Eu vou estar feliz ficando alguns bons anos produzindo riqueza com floresta em pé e eu quero ver os vizinhos felizes, donos do território deles, produzindo mais e melhor. E aí vem o segundo ponto que o Wilker colocou muito bem. Sabemos que no interior da Amazônia, no interior do Acre, no interior de Tarauacá, nos três rios, Acuraua, Gregório e Tauari, que estão nesse território, há uma carência de assistência técnica. Nós temos no Brasil boas empresas de assistência técnica como a Embrapa e a Emater, mas elas têm muita dificuldade de chegar nos interiores. E algo que a gente está trazendo junto, ou seja, recebemos a informação deles que seria bom e nós estamos fazendo regularização fundiária e faremos junto assistência técnica.

Então aquele pequeno produtor que já produz, que já produz alimento para a família e que já vende o excedente, vai ter oportunidade de estar falando com técnicos de qualidade que conhecem o Acre, que conhecem Tarauacá e que podem contribuir para uma produção melhor e mais sustentável. Então, acho que me sinto muito confortável em falar que eu estou chegando, porque estamos chegando para ouvir e chegando para construir algo bom".

QUEM É FÁBIO CARVALHO?

Fábio é um paulista que veio para a Amazônia em 2009 e que trabalhou em diferentes estados da Amazônia. Eu trabalho em todos os estados da Amazônia legal e eu vivi no Acre, vivi no Pará e vivi no Amazonas. Hoje minha casa é em Santarém, no Pará, e eu coordeno o projeto geral da área ambiental.

“Nesses anos que eu estive na Amazônia eu trabalhei pelo ICMBio e eu trabalhei com populações tradicionais, indígenas, quilombolas e extrativistas, nesse tema que era reconhecer território de uso e de moradia. Muitas vezes as pessoas dentro de uma unidade de conservação têm medo de perder o território que estão lá há 20, 30, 40, 50 anos e o direito do uso porque virou uma reserva. E eu sempre estive trabalhando junto com essas populações para garantir esses direitos de uso e de permanência desses territórios”, disse.


CONSIDERAÇÕES FINAIS FÁBIO

Eu quero dizer para quem está aí no Acuraua, no Gregório, no Tauari, que nós estamos nos comprometendo a fazer uma regularização fundiária. E eu não quero fazer uma regularização fundiária de paulista, porque eu não sei como é que faz. Eu quero conversar com os senhores, com as senhoras, a gente está convidando, aproveitando a oportunidade aqui para conversar. Convite para conversar. Procurem o Wilker, procurem o coordenador de regularização fundiária. Vamos encontrar a melhor forma de fazer essa regularização fundiária, para que ao final delas estejamos todos satisfeitos. Então é um convite que eu quis fazer para vocês. E finalizar dizendo que eu estou bastante feliz de ter essa nova oportunidade de trabalho aqui no estado, aqui em Tarauacá. E pretendo fazer com que não seja só uma chuva, não. Seja um trabalho onde daqui uns anos eu traga meus filhos, que são pequenos, daqui uns anos eu passe aqui. E também as pessoas falam, vem tomar um café aqui também. Sinal de que as coisas foram bem feitas. Então estamos à disposição. Muito grato, muito grato à Rádio Difusora por essa oportunidade”.

(Por Assessoria)

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