Declaração de pastor contra casamento gay provoca ira de movimento LGBT

A declaração do pastor Paulo Machado durante o programa eleitoral de Tião Bocalom (PSDB) contra o casamento gay provocou a fúria do movimento LGBT na capital, acusando o candidato tucano e o religioso de praticarem homofobia, prática que ainda não está tipificada como crime no Código Penal. A Associação dos Homossexuais do Acre (Ahac) emitiu nota neste fim de semana considerando a postura da campanha do PSDB de “retrógrada”.

Durante o programa eleitoral de Bocalom, o pastor chama a atenção do eleitor na hora de escolher o candidato e o partido a que ele está ligado. Numa mensagem ao eleitorado evangélico –que representa 39% da população de Rio Branco – o religioso destaca a necessidade de se descartar partidos que façam a defesa de “valores anticristãos”, incluindo o aborto e o casamento gay.

Para a Ahac, a declaração coloca em risco a integridade dos homossexuais ao incitar o preconceito e a discriminação. A associação afirma que, deixar de reconhecer os direitos civis dos cidadãos LGBT, seria como o apartheid –o movimento de segregação dos negros que perdurou na África do Sul até o início da década de 1990.

Procurado por Agazeta.net, o pastor Paulo Machado negou ter feito declarações pessoais contra os homossexuais. “Em momento nenhum eu faço citação contra qualquer pessoa. A minha discussão é no campo das ideias, a minha ideologia é contrária à ideologia do movimento gay”, disse ele. Paulo Machado negou ser funcionário do gabinete do senador Sérgio Petecão (PSD).

“Exercer o meu direito constitucional de livre opinião não quer dizer que eu vá para o campo da transgressão.” Já o presidente do PSDB/Rio Branco, Wherles Rocha, afirma que não houve mensagem de violência. “Como os evangélicos apóiam a candidatura do Bocalom, nós apenas cedemos um espaço solicitado por eles”, declara. Segundo Rocha, Paulo Machado não fez uma mensagem direcionada a pessoas, mas a “bandeiras nacionais defendidas pelo PT”.

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