O silêncio, o jejum e a oração são os traços marcantes desta Sexta-feira Santa, dia em que os cristãos celebram a Paixão e Morte de Jesus.
Único dia no calendário católico em que não se celebra a eucaristia, é só também na igreja de Roma que se encontra a prática da reconstituição dos últimos passos de Cristo através da Via Sacra, durante esta tarde.
Nas igrejas evangélicas, a Sexta-Feira é dia de reflexão sobre o sacrifício de Jesus, mas sem tristeza, por estar ligado à Ressurreição, sendo das celebrações mais participadas.
Para a Igreja Católica, é dia de luto e de choro, que se inicia com a celebração da Paixão e adoração da cruz, após o que se realiza a Via Sacra ou Caminho da Cruz.
Segundo a lenda, Maria, mãe de Jesus, terá percorrido, nos primeiros anos do cristianismo, por várias vezes, o caminho que Cristo fez entre a casa do prefeito romano Pôncio Pilatos até ao Calvário, devoção que terá sido adoptada pelos peregrinos que visitavam Jerusalém.
Esta devoção foi posteriormente espalhada por todo o mundo, tendo o papa Bento XIV, no século XVIII, dado forma final à Via Sacra, estabelecendo as 14 estações em que se encontra actualmente dividida.
À Via Sacra segue-se a Procissão do Enterro do Senhor, tradição que se revive em todo o país, na qual o esquife com o corpo de Jesus percorre as ruas das localidades, acompanhado por orações.
O último ritual de Sexta-Feira Santa é a «procissão para ir buscar a hóstia», recolhendo-se as partículas consagradas guardadas na véspera para se proceder à comunhão dos fiéis. (…)