GO: agente penitenciário é afastado após acusação de tortura
Um agente penitenciário foi demitido e outros dois estão sendo investigados depois que a Superintendência do Sistema de Execução Penal (Susepe) em Goiás recebeu um vídeo mostrando cenas de tortura envolvendo um preso da unidade prisional em Santo Antônio do Descoberto, no entorno do Distrito Federal. Kallil Araújo Silva aparece no vídeo, de quase dois minutos, espancando o detento Jerônimo Júnior Moisés Dantas, 20 anos. O vídeo foi feito em um telefone celular e foi entregue ao órgão pela mãe do detento.
No vídeo, o agente aparece pisando e apertando o rosto do detento com a botina. É possível vê-lo agredindo Jerônimo também com socos, tapas e ganchos. A todo momento, Kallil se refere ao preso como "lixo".
O crime teria ocorrido no dia 26 de dezembro. Kallil foi afastado no dia 6 deste mês. Agora a diretoria da Susepe apura o envolvimento de outros dois agentes, Rafael Ferreira Duarte Cavalcante e Sandro Pereira, por omissão. Eles estavam no mesmo plantão que Kallil e, segundo a Susepe, tinham ou deveriam ter conhecimento do crime cometido pelo colega de trabalho, mas nada fizeram.
Hoje pela manhã, o gerente de Segurança Prisional da Susepe, major Célio Pereira Bueno, concluiu a sindicância interna e determinou a abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para a continuar a apuração. Na entrevista à imprensa, o major disse que o flagrante é um "fato isolado". "É o primeiro registro da Susepe de um caso de tamanha expressão. A superintendência não permite esse tipo de comportamento", afirmou o major.
A Susepe informou que ainda não sabe o que levou o agente a torturar Jerônimo. No vídeo, Kallil pede para que o detento fale alguma coisa, mas não explica o quê. Jerônimo, por sua vez, aparece apenas gemendo. A mãe do preso disse que foi ela quem gravou o vídeo, mas a diretoria do órgão não acredita nesta versão, já que ela não teria acesso ao local onde as imagens foram feitas.
O major também disse que o contrato de Cavalvante, por ser temporário, será rompido ainda hoje. Já o caso de Pereira será avaliado durante o PAD, já que se trata de um servidor concursado. "Não foi possível verificar a participação direta de Rafael e de Sandro na tortura. Mas com certeza eles foram omissos", disse o major.
Após a tortura, Jerônimo ¿ que foi condenado por homicídio - foi transferido para a cadeia de Luziânia (GO), também no entorno do Distrito Federal. A decisão não tem a ver com a agressão flagrada no vídeo, mas sim por causa de um suposto mau comportamento. Em Luziânia, no dia 12 de janeiro, junto com outro detento transferido com ele, teriam matado degolado um terceiro detento. Agora, ele se encontra no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
O flagrante contra o agente penitenciário também é investigado pela Polícia Civil.
fonte: noticias.terra.com.br
ACESSE AQUI