Cuba comemorou neste sábado (21) os resultados de um estudo da Unesco [organização da ONU dedicada à educação] que aponta o seu sistema de ensino fundamental como o melhor entre 16 países da América Latina. O estudo foi apresentado na véspera pelo Laboratório Latino-Americano de Avaliação da Qualidade da Educação. A Ilha liderou os resultados nas provas de matemática, leitura e ciências.
''Cuba obteve os melhores níveis de desempenho, com pontuações muito superiores à média regional'', proclamou no sábado o diário Granma, órgão do Partido Comunista.
O estudo da Unesco (sigla em inglês do Fundo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) mediu o desempenho de alunos do terceiro e do sexto ano do curso fundamental. A Unesco baseou-se em provas realizadas em 2005 e 2006, com participação de cerca de 200 mil alunos de 16 países latino-americanos.
No entanto, a visão dos cubanos não é ufanista e reconhece, por exemplo, dificuldades para contratar professores devido aos baixos salários.''Triunfalismos à parte, temos que continuar resolvendo os problemas que nos afetam e nos encararmos com sentido autocrítico'', disse ao jornal a ministra da Educação, Ena Elsa Velázquez.
O estudo foi elaborado pelo Laboratório Latino-americano de Avaliação da Qualidade da Educação (Llece) e contou com o apoio do Escritório Regional da Unesco para a América Latina e o Caribe, com sede em Santiago do Chile.
O relatório, que estabelece o nível médio da região em 500 pontos, destaca a liderança de Cuba, que se situa entre 600 e 700 pontos tanto em matemática e leitura, as duas matérias avaliadas na terceira série, quanto em matemática e ciência de sexta série.
Logo atrás de Cuba, no ranking da Unesco, vêm Costa Rica, México, Uruguai e Chile, com uma qualificação de entre 500 e 600 pontos em todas as áreas avaliadas. Brasil, Colômbia, Peru e Argentina acham-se dentro da média regional latino-americana.
Guatemala, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Equador, Paraguai e El Salvador se encontram, em todas as matérias avaliadas, abaixo da média regional, entre 400 e 500 pontos, exceto na última nação, cujo nível de leitura na terceira série se situa na média regional.
Quanto aos alunos melhor preparados, a metade dos estudantes de Cuba alcança o nível mais alto de aprendizagem, percentual muito superior ao do resto de países da região. No extremo oposto, Panamá, Paraguai, Guatemala, Nicarágua e República Dominicana têm menos de 3% de estudantes excelentes.
O estudo afirma que ainda é preciso avançar na igualdade da distribuição da aprendizagem nas diferentes camadas da população e destaca que a segregação econômica e racial tem um efeito negativo sobre os resultados do ensino.
O relatório, que não diferencia entre escolas públicas, privadas e subvencionadas, destaca que os colégios localizados em zonas rurais são os mais desfavorecidos, mas insiste em que a qualidade do ensino e o bom clima nos centros são o principal fator que explica (entre 40% e 49%) o bom desempenho de seus alunos.
Segundo o estudo, isto permite reduzir as desigualdades de aprendizagem associadas a disparidades econômicas, consideradas a segunda variável que determina o bom desempenho dos estudantes, já que o Produto Interno Bruto (PIB) explica entre 12% e 49% da variação no rendimento.
Da redação, com agências
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