Tarauacá se despede com profunda tristeza do médico Thomas Henry Geddis, conhecido e amado por todos como Dr. Tomé



O médico islandês Thomas Henry Geddis, de coração acreano, conhecido como Dr. Tomé, morreu neste domingo, 9. Esse profissional dedicou sua vida ao povo de Tarauacá entre os anos de 1967 e 1985. Foram 18 anos de amor, dedicação e serviço, em uma época em que quase nada existia em termos de estrutura: não havia laboratórios, equipamentos ou ambulâncias — apenas a coragem e o compromisso de um homem que acreditava no valor da vida e na força da solidariedade.

Durante muito tempo, foi o único médico da cidade. De bicicleta — a mesma que trouxe de seu país — percorria ruas cheias de lama para visitar doentes, idosos, crianças e famílias que não tinham como chegar ao Hospital Sansão Gomes. Muitas noites não dormia, pois a qualquer hora podia ser chamado para socorrer alguém. Mesmo diante das dificuldades, nunca faltou compaixão, paciência e um sorriso acolhedor.


“Naquele tempo tudo era muito difícil. Só tinha eu e mais quatro enfermeiras para dar conta de tudo”, lembrava ele, com humildade. “As enfermeiras me ajudavam muito, eram todas trabalhadoras e atenciosas. Ainda não havia a violência das drogas, mas o álcool já causava muito sofrimento. Nos finais de semana, quase sempre aparecia alguém baleado ou esfaqueado — e a gente tinha que resolver tudo.”

Sua bicicleta, sempre parada à entrada de casa, virou símbolo de confiança. Ninguém ousava tocá-la — ela representava o respeito e o carinho que toda a cidade tinha por aquele médico de alma generosa.

Dr. Tomé sempre guardou grande amor pelo povo de Tarauacá. Recordava com carinho as pessoas que conheceu e era grato ao ex-prefeito Jasone pela homenagem feita à sua esposa falecida, que deu nome à maternidade da cidade.

Nos últimos anos, já aposentado e vivendo na Irlanda do Norte, ele continuava a falar de Tarauacá com brilho nos olhos e saudade no coração.


Hoje, aos 89 anos, parte o Dr. Tomé — mas fica entre nós o seu legado de amor, humanidade e fé. Um homem simples, que fez da medicina um ato de amor e que será lembrado para sempre como o médico que cuidava do corpo e da alma de seu povo.

(por acrenews)

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