A garota sueca ainda quer mudar o mundo, mas se tornou uma pedra no sapato para muita gente.
Greta Thunberg em protesto contra banco JP Morgan por financiamento a projetos de combustíveis fósseisCréditos: Frankie Fouganthin sob licença Creative Commons
Greta Thunberg, ativista sueca pelo clima, foi presa pela quinta vez nesta quarta-feira (5) durante uma manifestação pró-Palestina em Copenhague, na Dinamarca.
A garota de olhos de ouro da imprensa neoliberal, que lutava contra a mudança climática, agora não é mais tão bem-vista pela mídia tradicional.
Enquanto ela era um símbolo ou uma referência para uma luta despolitizada pelo clima, tudo certo. Agora, sendo detida defendendo a população palestina, começa a se tornar um pouco mais indigesta.
Greta Thunberg não deixou de ser o ícone que era para seus pares, mas perdeu o apoio de boa parte da grande imprensa porque começou a perceber que, no cerne da questão climática, está a economia.
E que a economia capitalista orientada para a guerra - simbolizada pelo apoio dos EUA ao genocídio na Faixa de Gaza - e para os combustíveis fósseis é a raiz dos problemas ambientais que vivemos hoje.
Parafraseando Chico Mendes, Greta Thunberg descobriu que ecologia sem luta de classes é jardinagem. E saiu da mídia justamente por essa opinião, nada incorreta, mas controversa.
Greta bateu de frente com o sionismo, com a esquerda frouxa europeia e com as grandes corporações que se pintam de verde, mas seguem sujas de sangue. Protestou contra os investimentos dos grandes bancos e venture capitals que lucram com a destruição do planeta.
Deixou de ser a queridinha do mundo e passou a ser, de fato, uma inimiga do sistema. E é tratada como tal: cinco vezes presa.
Siga os perfis da Revista Fórum e do jornalista Yuri Ferreira no Bluesky
Tags:
GRETA THUNBERG