Relatos do franciscano José da Cruz, o "Irmão José"

José Francisco da Cruz, conhecido por irmão José da Cruz, um homem de estatura mediana, magro de barba longa, se vestia como um frade franciscano com sua túnica ou batina branca que deixava a mostra apenas as mãos e pés. Calçava sandálias simples feitas de correias de couro ou andava descalço, tinha uma fala mansa, baixa com um sotaque do sudeste do Brasil. 
Um pequeno homem e muito carismático. Navegava sempre em pequenas e médias embarcações pelas águas do rio Juruá no município de Cruzeiro do Sul no Acre, é fácil achar os Santos Cruzeiros nas comunidades ao longo dos rios que são os devotos do Irmão José da Cruz, que serve de alento e esperança aos ribeirinhos dessa parte do Acre. Um tipo de fé messiânica baseada nos princípios do catolicismo popular na qual um santo popular que alimenta as crendices ao longo do Vale do Juruá.

Irmão José da Cruz como ficou conhecido em todos os portos que visitava, pregava na a palavra divina e ao mesmo tempo fincava grandes cruzes de madeira que ficaram conhecidas como o Santo Cruzeiro. Além disso, irmão José ensinava a palavra para a comunidade que também ficavam com a necessidade de zelar pelos Santos Cruzeiros com a missão de pregar a palavra divina ensinada.

Irmão José, era natural da cidade mineira de nome Cristina, nascido no dia 03 de setembro no ano de 1913. A milhares de quilômetros nas selvas' e cabeceiras do rio Juruá. Reza a lenda que sua mãe no sexto mês de sua gestação estava debilitada e fez uma promessa ao Sagrado Coração de Jesus que fosse curada seu filho se tornaria um Servo de Deus.

Contam que o Irmão José fora acometido de hanseníase e que novamente fez um voto de que se fosse curado semearia os Santos Cruzeiros em todos os locais em que passasse e ao mesmo tempo levaria a palavra divina nas comunidades que na qual a visitava.

A fé em Irmão José da Cruz com que ao longo do rio Juruá se multiplique suas mensagens, contribuindo para um fortalecimento ainda maior das suas ideias que se povoaram as fronteiras brasileiras na Amazônia, criando um catecismo moral capaz de sustentar um modo de viver próprio no interior da floresta.

Segundo os moradores da região, durante as décadas de 1960 e 1970 , Irmão José da Cruz percorreu mais de 500 cidades, aldeias, comunidades e povoados ao longo do rio Juruá pregando a devoção a Cruz como uma forma de salvação dos pecados.

(Páginas Históricas do Acre)

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