Com Feijó entre os 10 municípios que mais exploram madeiras na Amazônia, Acre é o 5º no ranking da exploração


Um estudo coordenado pela Rede Simex, que é composta por organizações de pesquisa ambiental como Imazon, Idesam, Imaflora e ICV mostrou que Feijó, município distante 362 quilômetros de Rio Branco, está entre os 10 que mais que mais exploraram a atividade madeireira. São 13.037 hectares destinadas a esta atividade, ocupando o 9º lugar no ranking. Aripuanã, no Mato Grosso, lidera com 30.666 hectares destinadas à exploração.

O estudo compreende o período de agosto de 2019 a julho de 2020 e foi baseado em imagens de satélite. Em todo o País, 464 mil hectares são destinadas à exploração de madeiras, sendo que mais da metade concentra-se no Mato Grosso.

Uma notícia boa para o Acre é que não há exploração de madeiras em áreas indígenas como acontece em outros estados pesquisados. Também não há exploração em unidades de conservação integral e nem em unidades de uso sustentável.

O Acre ocupa o 5º lugar entre os estados. São 27.455 hectares utilizadas pela atividade da madeira, o que corresponde a 5,9% da área total do estado. Em primeiro está o Mato Grosso com 50,8%, Amazonas 15,3%, Rondônia 15%, Pará 10,8%, Acre 5,9%, Roraima 2%, Amapá 0,2%.

Em relação às categorias fundiárias, os pesquisadores identificaram que a maior parte da área explorada foi em imóveis rurais cadastrados, que concentraram 362 mil hectares (78%). Já nos assentamentos rurais foram explorados 19 mil hectares (4%), nos vazios fundiários, 17 mil hectares (4%), e nas terras não destinadas, 12 mil hectares (3%).

Recentemente, o Notícias da Hora revelou que a madeira é o principal produto exportado pelo Acre e tem como compradores Hong Kong. Em 2020, por exemplo, o Acre vendeu US$ 6,88 milhões em produtos para a ilha que fica na costa sul da China, o que representa 20,3% das exportações de produtos acreanos. Entre os produtos comercializados estão madeiras, miudezas de carnes, castanha-do-pará, couros e peles de bovino, milho e soja.

Ainda de acordo com o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Acre avança no desenvolvimento regional a patamares semelhantes ao vivenciado pelo Mato Grosso e o Rondônia. Os pesquisadores afirmam que é preciso ficar atento aos impactos negativos dessa expansão agrícola já experienciados em outras regiões.

“O Acre está prestes a viver uma grande transformação, de magnitude similar à que ocorreu no Mato Grosso e que está em curso em Rondônia. O desafio é aprender rapidamente para evitar as externalidades negativas da expansão agrícola do Mato Grosso e do Matopiba (parte do Maranhão, Tocantins, Piauí e Oeste da Bahia), reforçar o uso organizado e consciente do solo e coibir a devastação ilegal”, diz o estudo, que tem entre os coordenadores o professor Cristovão Henrique Ribeiro da Silva, da Universidade Federal do Acre.

Fonte: NotíciasDaHora

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