Acre deve aderir ao lockdown rígido de 14 dias proposto pela Fiocruz


O Acre deve aderir à proposta da Fiocruz e, junto com 25 estados e o distrito federal e adotar imediatamente medidas de lockdown por pelo menos 14 dias. Segundo a instituição, essa seria a forma de reduzir o ritmo de transmissão da doença e aliviar a pressão nos hospitais. Na quarta-feira, dia 24, o país ultrapassou as 300 mil mortes em função da pandemia e os estados listados pela Fiocruz estão com todas as UTIs lotadas e com pressão de vagas. A instituição aponta o colapso do sistema de saúde em praticamente todo o Brasil, se alastrando mais rapidamente e de forma mais mortal. Esse é o diagnóstico do boletim extraordinário do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado na terça, 23.

Diante do cenário de “crise humanitária”, o novo trabalho divulgado pela instituição pede que os Estados adotem imediatamente medidas de lockdown por pelo menos 14 dias.

O comitê da Covid no Acre e as autoridades sanitárias acreditam que as recomendações da Fiocruz são pertinentes e estão dispostas a aderir à proposta se esse for o entendimento das demais unidades da federação. O Acre deve assumir a proposta, em conjunto com os demais estudos, se for o caso. Nesse caso, as medidas de lockdown atualmente em vigor nos dias da semana sofrerão maior rigor.

Segundo o boletim da Fiocruz, “A continuidade dos cenários em que temos o crescimento de todos os indicadores para covid-19, como transmissão, casos, óbitos e taxas de ocupação de leitos de UTI resulta em colapso que afeta todo o sistema de saúde no País e no aumento das mortes por desassistência”, afirmaram os pesquisadores no relatório. “Trata-se de um cenário que não é só de uma crise sanitária, mas também humanitária, se considerarmos todos os seus aspectos.”

A Fiocruz recomenda a restrição imediata das atividades consideradas não essenciais por cerca de 14 dias para obter uma redução de cerca de 40% das transmissões da doença. Essas medidas devem ser adotadas por todos os Estados onde o sistema de saúde se encontra em estado crítico. São todos à exceção de Roraima e Amazonas.

“Mesmo que vários municípios e Estados já venham adotando essas medidas, é fundamental que governos municipais, estaduais e federais caminhem todos na mesma direção para ampliá-las e fortalecê-las, uma vez que a adoção parcial e isolada nos levará ao prolongamento da crise sanitária”, pediram os cientistas.

O boletim destaca na Região Norte a saída do Amazonas da zona crítica para a de alerta intermediário, com ocupação de leitos de UTI covid para adultos em 79%. Alerta, porém, para a piora do quadro na Região Sudeste. Na última semana, o indicador cresceu em Minas Gerais (de 85% para 93%), no Espírito Santo (de 89% para 94%), no Rio de Janeiro (de 79% para 85%) e em São Paulo (de 89% para 92%). No Acre, a ocupação de leitos de UTI é de 100%

“Desde o início do mês de março, o País assiste a um quadro que denota o colapso do sistema de saúde no Brasil para o atendimento de pacientes que requerem cuidados complexos para covid-19”, sustentam os pesquisadores do Observatório Covid-19.

“Este colapso não foi produzido em março de 2021, mas ao longo de vários meses, refletindo os modos de organização para o enfrentamento da pandemia no País, nos Estados e nos municípios.”

Quadro mostra o colapso do sistema de saúde


(A Tribuna)

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