Grávida dá à luz em casa, com a ajuda de PMs, após SAMU não atender ao chamado de socorro


AC24HORAS - Uma guarnição da Polícia Militar de Brasiléia socorreu uma mulher que acabara de dar à luz em casa, no bairro Leonardo Barbosa, na manhã deste domingo, 21, depois de uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) supostamente não ter atendido ao chamado, segundo informações apuradas até o momento pelo ac24horas.

Um vídeo feito por uma das pessoas que testemunharam o nascimento do bebê – um menino que veio à luz aparentemente saudável – mostra um policial militar fazendo os procedimentos para cortar o cordão umbilical momentos após o parto, com a mulher de joelhos e o recém-nascido no chão. As imagens são, ao mesmo tempo, dramáticas e emocionantes.

A major Ana Cássia, comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar do Acre, sediado naquele município, afirmou que a criança já havia nascido quando os policiais militares chegaram ao local. “Quando chegaram, o bebê estava fora, a expulsão do feto já havia acontecido”, explicou a militar.

Ainda segundo a comandante do Batalhão do Alto Acre, após o inusitado atendimento mãe e filho foram entregues no hospital regional de Brasiléia nas melhores condições que a situação possibilitou. “Mas no caso em tela só um profissional de saúde pode confirmar a situação da mãe e filho”, concluiu.

No meio do vídeo, ouve-se claramente quando a mãe da criança, uma indígena da etnia Jaminawa, diz: “faz horas que nós já estávamos chamando a ambulância, mas ninguém veio”. A afirmação dela é reforçada por outra mulher que não aparece na gravação.

Procurado, o coordenador estadual do Samu, o médico Pedro Pascoal afirmou ter tomado conhecimento do caso pela reportagem. Segundo ele, a única razão pela qual o chamado da grávida poderia não ser atendido seria a ausência da única ambulância disponível no município, que havia se deslocado na manhã do domingo com um paciente grave para Rio Branco. Como não conseguiu falar com a direção do hospital de Brasiléia, ele disse não poder confirmar se o serviço de urgência realmente foi chamado pelo número 192.

A reportagem do ac24horas conseguiu falar com o enfermeiro Janildo Moraes Bezerra, diretor do Hospital Regional do Alto Acre, que também não soube informar se o chamado da ocorrência com a mulher foi recebido pela equipe do Samu. Ele disse que os dois municípios estão sendo atendidos, no momento, por apenas uma ambulância.

“Temos duas bases, uma em Brasiléia e outra em Epitaciolândia, mas só estamos com a ambulância de Epitaciolândia. A ambulância de Brasiléia está para manutenção. E fim de semana quem atende o chamado é a própria equipe, uma vez que quando eles se deslocam não fica ninguém para atender o telefone”, afirmou o enfermeiro.

Depois de ouvir vários lados envolvidos na história, a reportagem não conseguiu esclarecer a principal questão: se o chamado não foi atendido porque a ligação não foi recebida ou se o telefonema foi recebido, mas o chamado não foi atendido porque não havia ambulância disponível.

O ac24horas não conseguiu falar com nenhum familiar da mãe da criança, nem com nenhum dos funcionários do Samu de Epitaciolândia que estão de plantão neste domingo. O site continua à disposição para qualquer esclarecimento adicional.

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