Resultado de um sonho antigo a aldeia Recanto Verde na Terra Indígena Nukini, localizada no entorno do Parque Nacional da Serra do Divisor, lugar de cenários cinematográficos, realiza de 8 a 14 de julho a primeira Vivência Espiritual Nukini. O intuito principal da atividade é incentivar o resgate e fortalecimento cultural do povo.
No atual cenário de polêmica envolvendo as questões indígenas, o evento denota resistência. Xiti Nukini é uma das lideranças indígenas da TI e fala sobre a importância da vivência indígena para fortalecimento do povo. “Com esse movimento cada dia mais vai ser trabalhado o fortalecimento da língua, dança, espiritualidade, artesanato e reflorestamento para a segurança alimentar da aldeia”, explica.
Os povos indígenas do Acre passaram por um longo período de colonização com a chegada dos seringalistas na região, alguns povos foram obrigados a abandonar a língua materna e práticas culturais. Desde então, as aldeias vêm trabalhando com a recuperação da cultura. O sonho de Xiti é ver o seu povo voltando às raízes. “Meu sonho um dia é ver meu povo praticando a cultura de verdade, falando na língua, realizando as nossas práticas culturais e espirituais. Todo mundo trabalhando forte o que os nossos antigos faziam e que deixaram pra gente como herança”, destaca.
A vivência indígena trabalha o etnoturismo vivencial, cultural e produção de artesanatos nukini. A programação conta com banhos de igarapés, rodadas de rapé e cerimônias espirituais comungando a bebida sagrada do povo, Ayahuasca. E, claro, não poderia faltar o passeio até o mirante, nos altos da Serra do Divisor.
A viagem se inicia no porto de Mâncio Lima e segue de barco pelo rio até a aldeia Recanto Verde. Os interessados em mergulhar nos conhecimentos e dia a dia indígena podem adquiri o pacote pela agência de turismo Ayshawa, no site www.ayshawaturismo.com.br/retiro-nukini.
Por Tais Nascimento
Blog "Pé de Orelha"