“O Acre jamais avançará no aumento da produtividade agrícola e pecuária se não mudarmos a mentalidade de quem mora na zona rural, que hoje é iminentemente extrativista. Nossas escolas rurais não podem continuar subestimando seu potencial para mudança da realidade produtiva, hoje se ensina inglês por exemplo para uma aluno que mora no campo, mas não se ensina plantar correntemente um pé de graviola” diz o deputado que na sessão ordinária desta terça-feira (30), o apresentou o Projeto de Lei de nº 46 de 2018 que tem como objetivo instituir noções básicas da disciplina de Agropecuária, como conceito a ser ministrado nas escolas públicas rurais de ensino fundamental e médio no âmbito do Estado do Acre.
O artigo 2º da lei prevê que a temática da disciplina deve contribuir com a elevação da escolaridade do jovem empreendedor no campo; o respeito as diversidades locais; a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e os demais seguimentos da sociedade, com o fim específico de estimular as iniciativas do jovem empreendedor do campo; a promoção do acesso do jovem empreendedor do campo ao crédito rural; e a promoção da inclusão social no meio rural.
A Lei visa ainda, preparar o jovem para exercer o papel estratégico de agente do desenvolvimento rural, de forma que possa fomentar a transformação de jovens em líderes empreendedores, com sensibilidade para identificar oportunidades de desenvolvimento profissional, familiar onde estão inseridos; bem como estimular a elaboração de projetos produtivos, a serem desenvolvidos pelos jovens agricultores, como forma de viabilizar alternativas de trabalho e renda; ampliar competências, conhecimentos e práticas que possibilitem a gestão empresarial agrícola, promovendo o empreendedorismo, a liderança, o cooperativismo, o planejamento e o uso de técnicas produtivas.
Dentre outras finalidades do projeto é estimular estratégia de governança de sucessão familiar para jovens e suas famílias; ampliar a compreensão sobre o desenvolvimento rural sustentável, práticas agrícolas e políticas públicas para a agricultura familiar; além de incentivar o uso de conhecimentos associados às inovações tecnológicas e as ferramentas das atividades rurais.
Na justificativa, Jenilson Leite que é formado em técnico agrícola, além de, já ter sido gerente da Seaprof da regional Tarauacá/Envira salientou que existem escolas que já funcionam nesse modelo em vários estados brasileiros, entre elas a Escola Família Agrícola (EFA) e Casas Familiares Rurais (CFRs), porém, apesar de todos estes fatores, e diante dessa necessidade de se empregarem metodologias e estratégias específicas para as comunidades do campo, alguns estados relutam em reconhecer a efetividade e a legitimidade da Pedagogia da Alternância. “Essa metodologia dá aos alunos a oportunidade de continuarem estudando enquanto ajudam seus pais nas tarefas agrícolas. A inclusão formal do método na atual legislação, virão a possibilitar que as escolas em áreas rurais tenham mais apoio do Estado, valorizando os alunos do campo”.
O projeto se encontra na Comissão de Constituição, Justiça e Redação para ser relatado e depois ser votado em plenário.
assessoria