Durante o programa, Marcus Viana ataca Gladson e fica constrangido ao ter investigações lembradas; Cameli diz que o Acre não tem transparência nas contas públicas; Hall comenta que o Acre está um “caos” e que jovens precisam de oportunidade para não entrar no mundo do crime; Ulysses cita Estatuto do Desarmamento e crítica a saúde; Janaína comenta o “poder da mulher” e fala sobre o interior
O Debate da TV Gazeta começou exatamente às 22h47min, cheio de expectativa entre os que acompanhavam a primeira programação com todos os candidatos ao cargo político mais cobiçado do estado: o de governador.
A TV Gazeta garantiu a participação de todos os cinco governadoráveis: David Hall (Avante), Gladson Cameli (Progressistas), Janaína Furtado (Rede), Marcus Viana (PT) e Ulysses Araújo (PSL). Todos foram impedidos de apresentar às câmeras todo e qualquer material que comprove as respectivas falas.
O debate foi dividido em quatro blocos de mesmo tempo: no primeiro e segundo blocos, as perguntas e temas foram livres, feitas entre os próprios candidatos. Na sequência, o terceiro bloco teve as temáticas sorteadas. Já no quarto bloco, os candidatos falaram diretamente aos eleitores, com as considerações finais.
1º BLOCO
Saúde e Segurança em pauta
A primeira pergunta foi feita pela candidata Janaína Furtado, que se dirigiu a Marcus Viana. Na ponta da língua, a questão foi sobre o setor de Segurança Pública, um dos que mais preocupa a população e tem “decorado” as críticas aos demais candidatos da Frente Popular do Acre.
“Nós vamos buscar o apoio do Governo Federal, porque nós temos uma enorme faixa de fronteira. Nós vamos investir com atitude, coragem e responsabilidade [na Segurança Pública]”, respondeu Marcus sobre o Acre e Rio Branco aparecerem como cidade e estado mais perigosos do país.
Marcus Viana, sem perder tempo, perguntou a Gladson Cameli por que ele votou a favor da PEC 55 [da Maldade], proposta pelo presidente Michel Temer para congelar investimentos nos em setores como a Educação e Saúde. Gladson não deixou por menos e rebateu: “O Temer era o vice da sua candidata, a Dilma, portanto foi eleito junto com ela”.
A saúde também foi pauta do primeiro bloco do debate: David Hall questionou as propostas de Janaína Furtado para o setor. Ela respondeu que a saúde está ligada diretamente às ações e projetos que melhorem o saneamento básico da sociedade: “Nossas propostas não são promessas, são propostas possíveis”, pontou.
Ulysses Araújo ataca Marcus Viana
O candidato Ulysses Araújo deixou Marcus Viana constrangido ao comentar as investigações em que o petista é alvo da Polícia Federal, inlcuindo o inquérito da Operação Buracos, que investiga o desvios de milhões de reais nas obras da BR-364, no trecho entre Rio Branco e Cruzeiro do Sul.
“Não venha querer colocar informações que não são verdadeiras. Estou muito tranquilo em relação a isso. Minha candidatura foi homologada. Fazer obras no nosso estado é sempre diferente, mas estamos sempre com muita lisura. Tudo que me propus a fazer foi com muita lisura”, respondeu o petista.
Janaína Furtado perguntou a David Hall sobre os casos de violência contra a mulher, e questionou quais as propostas dele para que exemplos como esse fossem reduzidos no Acre. E ele respondeu, sem gaguejar, afirmando ter um projeto específico para esse setor social.
“Daremos uma atenção especial às mulheres, com políticas emancipatórias, e iremos inserir e fortalecer as delegacias das mulheres, utilizando os meios de divulgação, não para fazer política, mais para educar com informações que combatam esses abusos”, destacou.
Ao responder David Hall sobre o setor de Segurança Pública, Ulysses Araújo disse que nos cem primeiros dias de um provável governo dele, vai deflagrar operações policiais nas cidades acreanas, chamará às ruas os militares que estão na parte administrativa e que deseja convocar os aprovados nos concursos das polícias Militar e Civil.
2º BLOCO
A candidata Janaína Furtado foi novamente a primeira a perguntar. Ela questionou Gladson Cameli sobre as propostas dele para melhorar a pasta. Gladson respondeu que pretende fazer concursos públicos para a contratação de novos professores efetivos. “Reestruturar as escolas, acabar com a perseguição, dar condições melhores para os professores trabalharem”, disse.
Gladson, na sequência, perguntou a David Hall como ele pretendia atender, enquanto governador, os pequenos e médios produtores rurais. David respondeu rápido: “Vamos contratar técnicos rurais para acompanhar e orientar os produtores, melhorando também as condições dos ramais e deixando-os trafegáveis, e ajudando com tecnologia e maquinário”, destacou.
David Hall perguntou a Marcus Viana o por quê de se gastar tanto com a Companhia de Selva, querendo saber se isso continuaria num governo de Viana. Hall destacou que foram gastos R$ 40 milhões pelo governo de Sebastião Viana com a parte de mídia. Viana retrucou afirmando que não se gastou mais com mídia do que com segurança, alertando que isso é uma mentira.
Viana, na sequência, perguntou a Ulysses sobre a área de Educação, e lembrou que Rio Branco aparece de forma positiva no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com nota na média 5. Ulysses citou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e retrucou:
“Essa nota é ‘regular’. Ela varia de 0 a 10 pontos. Rio Branco tem 5,8 pontos no Ideb. Nós vamos, sim, cuidar das crianças. A creche, merenda escolar, o transporte escolar, e tudo aquilo que for preciso para garantir boa educação às nossas crianças, nós vamos garantir”, pontou.
Ulysses Araújo se dirigiu a David Hall sobre a opinião dele quanto ao Estatuto do Desarmamento. Hall destacou que pretende criar um fundo econômico a partir do corte de cargos em comissão: “Vamos economizar R$ 39 milhões para investir em políticas emancipoatórias para os nossos jovens, criando também o programa Sou da Paz”, disse.
3º BLOCO
O terceiro bloco teve temas e perguntas sorteadas pelo mediador do debate. A primeira dela falou sobre o controle de fronteiras. Janaína Furtado disse que o “conflito entre estado e governo federal é um absurdo”, e lembrou que “armas e drogas estão entrando [pelas fronteiras], e, enquanto isso”, a população sobre com a falta de segurança.
Na área de Educação, Ulysses respondeu sobre a qualidade do Ensino Médio. “Vamos trabalhar com psicólogos e assistentes sociais, porque eles são profissionais para ajudar no combate à evasão dos alunos que muitas vezes deixam de estudar por problemas externos”.
Ao falar em servidores públicos, o candidato Gladson Cameli garantiu que não vai demitir os servidores do Serviço Social da Saúde (ProSaúde), cujos contratos estão em situação de risco iminente após decisão da Justiça do Trabalho orientando pela demissão dos trabalhadores. “Não vamos demitir ninguém!”, garantiu o senador da República.
No tema do Saneamento Básico, Marcus Viana disse que Rio Branco está entre as cidades com melhor avaliação do Instituto Trata Brasil. “Rio Branco é uma das melhores da região norte, segundo o mesmo instituto.” Janaína Furtado, ao comentar, disse que esse é um assutno importante a se colocar em discussão e que precisa ser observado pelo próximo governador.
4º Bloco
O quarto bloco teve apenas as considerações finais dos candidatos, que puderam falar diretamente com os eleitores. Abaixo, um trecho da fala de cada um deles:
MARCUS VIANA: Marcus Viana, que agradeceu os servidores do Acre, e disse ter experiência suficiente para administrar o estado. “Temos boas propostas e me ponho a disposição para trabalhar.”
GLADSON CAMELI: “Quero ser o governador de todos, do diálogo. Eu te peço o teu voto. Eu não quero ser governador de um partido, quero ser governador de todos.”
ULYSSES ARAÚJO: “O novo aqui somos nós. Quero dizer que o maior problema que nosso estado tem hoje é da segunda, e eu me preparei para isso. Tivemos muitos políticos que são corruptos e vamos abrir a cela para coloca-los lá dentro”,
JANAÍNA FURTADO: “Sou candidata por ser mulher. Espero do fundo do meu coração, representar você bem.
DAVID HALL: Muito se fala em experiência. Essa experiência de um prefeito que interrompe o seu mandato por ganância, por um projeto de poder. Não quero a experiência de um senador que aprovou o congelamento de investimentos. Eu sonho com um Acre melhor, com um Acre limpo”.
AC24Horas (fonte da informação)