Polícia encontrou alimentos que seriam usados em churrasco dentro do presídio (Foto: Divulgação/PM-AC) |
Mais de 60 quilos de carne, 26 garrafas de refrigerantes e 250 litros de bebidas artesanais foram apreendidos nesta sexta-feira (1) dentro do pavilhão k, da Unidade de Regime Fechado I, o conhecido Chapão, do Presídio Francisco d'Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco. Os alimentos, segundo a polícia, seriam usados em um churrasco no próximo domingo (3). A polícia encontrou ainda drogas, celulares e dois bebedouros dentro das celas.
A ação contou com a participação de policiais da Companhia Independente de Policiamento de Guarda (CIPG), agentes penitenciários e dos Batalhões de Operações Especiais (Bope) e de Policiamento Ambiental (BPA). O Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) vai investigar o caso.
A revista começou a partir das 8h e terminou por volta das 13h e todos os presos, cerca de 231 divididos em 21 celas do pavilhão, foram colocados no banho de sol, segundo informou o tenente da CIPG, Veríssimo Antrobos.
"A operação teve uma média de 28 homens trabalhando. Ficamos sabendo que haveria um churrasco no domingo dentro do presídio e aí realizamos a revista. Tinha calabresa, toscana, fraldinha, bisteca e até filé, só coisa boa. Estavam planejando um churrasco para o chefe de uma facção que está preso no Chapão", detalha o tenente.
Ainda segundo o tenente, um dos bebedouros já havia sido retirado do pavilhão e encontrado novamente em uma das celas. Ele esclarece também que foram apreendidos 22 celulares, drogas, que não teve a quantidade divulgada.
"Eles tiram o garrafão do bebedouro e usam a parte de isopor como geleira para conservar os alimentos. Já retiramos um desses bebedouros umas três vezes lá de dentro e ele sempre voltava, mas agora colocamos um fim nele", conclui Antrobos.
Polícia apreendeu alimentos, drogas, celulares e até bebedouro dentro de presídio (Foto: Divulgação/PM-AC) |
Caso deve ser investigado, diz Iapen - O diretor do Iapen, Martin Hessel, informou ao G1 que a corregedoria do órgão deve investigar como os alimentos chegaram até as celas dos presos. Ele explica que alguns detentos trabalham na cozinha e levanta a possibilidade de esses alimentos terem sido retirados do local.
"Não podemos afirmar categoricamente que saíram da cantina, mas temos presos com livre acesso à cozinha. São coisas que estamos avaliando e procurando saber como entraram aquelas coisas", conta o diretor. Hessel disse ainda que todos os alimentos que entrarem no presídio a partir de agora passarão pelo detector de metais para evitar que armas brancas cheguem até os presos.
Aline NascimentoDo G1 AC