Festival
Giovanni Acioly & Banda (Tarauacá)
Durante os dois dias de festa, 9 e 10 deste mês, diversas bandas locais, DJs e corridas de canoa e bajolas – com a participação de mais de 70 competidores – foram as grandes atrações do festival organizado para comemorar a inauguração do primeiro Polo Naval do Acre, obra com investimento de mais de R$ 2 milhões.
Pólo Naval
O polo é um verdadeiro complexo industrial com quatro grandes galpões e mais de cinco mil metros quadrados de área construída. O local abrigará todos os profissionais que trabalham com construção naval, além de todos os serviços ligados a área como mecânica, fundição e tornearia.
Às margens do Rio Juruá, o Polo Naval foi construído todo em madeira e palafitas, com sua arquitetura inspirada nas construções dos ribeirinhos locais e nas obras do irmão Sheing – um marista que construiu inúmeros prédios em Cruzeiro do Sul – o principal deles é a Catedral de Nossa Senhora da Glória.
Ato de inauguração do pólo
Durante a inauguração do Polo, no último sábado, 9, o governador Tião Viana e o entusiasta do projeto, o secretário de Desenvolvimento Edvaldo Magalhães, entregaram o prédio com quase R$ 1 milhão em maquinários para a Cooperbajola, administradora do Polo.
Com maior espaço para trabalhar, além de máquinas modernas, foi necessária a contratação denovos profissionais, o que irá gerar, de imediato, mais de cem empregos diretos. Segundo Nivaldo Santos, presidente da Cooperbajola, o mercado naval na região tem crescido muito, principalmente depois da criação da bajola – pequeno barco em madeira que chega a atingir 70 km por hora, criado pelos moradores locais.
“Já tínhamos nossa clientela fixa, que são as pessoas que moram ou que tem negócios no rio. Mas, depois que desenvolvemos a bajola, até as pessoas da cidade resolveram comprar para poder passear nos finais de semana”, comenta Nivaldo.
Secretário Edvaldo Magalhães
O juruaense gostou tanto das bajolas que os fabricantes não davam mais conta de entregar, porque não tinham espaço adequado de trabalho. No período do inverno a situação se complicava ainda mais. Como todos moravam na Lagoa, bairro localizado às margens do Rio Juruá – onde também trabalhavam na construção do barco –, com a chegada das águas, era impossível trabalhar, já que faziam as canoas de baixo de suas casas e porque a energia era cortada. Realidade presenciada pelo secretário Edvaldo Magalhães, que em 2011 começou realizar as primeiras visitas a categoria.
“Foi visitando esses profissionais e conhecendo a realidade em que viviam e trabalhavam que, junto com eles e o aval do governador Tião Viana, decidimos criar um programa voltado para a categoria, capaz de dinamizar o setor industrial, sobretudo o de base florestal, visando consolidar uma economia limpa, justa e competitiva”, relembra Magalhães.
Público
Em menos de dois anos, depois de pensado, o Polo Naval foi construído e entregue para a Cooperativa, que possui 26 sócios – profissionais que aprenderam com os pais a arte de fazer barcos, principal meio de transporte em uma região onde grande parte da população ainda mora às margens dos rios, única via de locomoção.
O Polo já interfere positivamente na vida dos moradores de Cruzeiro do Sul, principalmente nos moradores do bairro do Miritizal. A imponência da obra acaba chamando a atenção dos moradores e ribeirinhos e o local tem se tornado ponto de visitação por quem chega pela BR-364 ou pelo Rio Juruá. Outro fator positivo é a valorização dos terrenos do entorno do prédio. Dona Sebastiana Fernandes diz que nem foi preciso colocar placa de venda na casa que já apareceu comprador.
A invenção da bajola e o seu sucesso já despertou a preocupação do secretario Edvaldo quanto ao registro da marca. Magalhães esclarece que a Sedens está providenciando o registro da marca Bajola, junto ao Instituto Nacional de Pesquisa Industrial (INPI). “Com o registro, a marca bajola poderá ser usada apenas pela Cooperativa de Bajolas de Cruzeiro Sul, assim impedimos que um produto criado e desenvolvimento pela nossa gente seja usado por terceiros”, comentou.
Por Jaqueline Teles
Assessoria Sedens
Por Jaqueline Teles
Assessoria Sedens


