O plano estratégico de desenvolvimento do governo do Estado para a região de Tarauacá e Feijó consolidará o trabalho no setor florestal, respeitando a experiência que aquelas comunidades têm nesta área, mas também incluirá a industrialização para agregar valor aos produtos.
Complexo Industrial Florestal de Tarauacá (Assessoria Sedens)
Os projetos nesses setores estão sendo desenvolvidos pela Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens). As intervenções incluem ações como a construção do Complexo Industrial Florestal de Tarauacá, a implantação de 12 galpões em apoio à Indústria Marceneira em Feijó e em Tarauacá, e a implantação de Agroindústria de Processamento de Frutas (Açaí).
Complexo Industrial Florestal em Tarauacá - Para a construção do Complexo Industrial Florestal, estão sendo investidos R$ 17,487 milhões, com previsão de pré-operação em julho deste ano e execução total até setembro próximo.
O plano estratégico de desenvolvimento do governo do Estado para a região de Tarauacá e Feijó consolidará o trabalho no setor florestal (Arquivo Secom)
O secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, esclarece que o Complexo Industrial não se limita a apenas trabalhar com a lâmina para compensado, mas com todos os tipos de madeira.
“Vamos trabalhar com aquilo que temos de mais rico na nossa floresta, que são todas as espécies florestais, por meio de manejos que permitem ter classificadas madeiras duras, moles, de primeira e de terceira. Se a indústria não tiver capacidade de processar todas essas madeiras, ela corre o risco de não render, por isso mudamos o perfil do Complexo Industrial”, frisou o secretário.
O secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, esclarece que o Complexo Industrial não se limita apenas a trabalhar com a lâmina para compensado (Arquivo Secom)
Magalhães estima que até maio toda a parte de infraestrutura civil esteja concluída. Em julho devem ser instalados os equipamentos, período no qual o complexo entrará em pré-operação, e, a partir de setembro, a indústria terá capacidade de processar por ano, quando estiver em pleno condicionamento, 100 mil metros cúbicos de madeira.
“Isso vai viabilizar os proprietários de florestas e de áreas que no entorno da indústria têm suas florestas mas até então não tinham como comercializar suas madeiras, e agora vão poder investir em planos de manejo e comercializar com apoio dessa indústria”, observou o secretário.
Tarauacá vai ganhar uma Agroindústria de Processamento de Açaí (Arquivo Secom)
No mesmo local, Edvaldo Magalhães lembra que está sendo construído o Parque Industrial de Tarauacá. O investimento na estrutura desse parque chega a R$ 2,362 milhões. “Nesse mesmo endereço do Parque Industrial há um setor que será destinado ao nosso polo moveleiro de Tarauacá, com a construção de 12 galpões. Ainda nessa área, será construída uma estufa para o setor moveleiro fazer a secagem da madeira”, completou Magalhães.
Para a construção da estufa serão destinados R$ 214,873 milhões em Tarauacá, e em Feijó os investimentos serão no mesmo valor. A previsão é de que as obras nos dois municípios sejam concluídas em abril deste ano.
Agroindustrialização e indústria naval
Também há investimentos na agroindústria da farinha e fruticultura em parceria com a Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof). A agroindústria será instalada no antigo prédio da Cageacre de Tarauacá.
“Estamos fazendo investimentos na parte externa do prédio e ainda a recuperação e cercamento do prédio. Entre equipamentos e obras internas, o investimento é de R$ 400 mil. Isso vai permitir que a farinha ‘milito’ de Tarauacá seja empacotada e consumida em todo o Brasil, a partir de maio”, anunciou o secretário.
Em Feijó, serão injetados na implantação de Agroindústria de Processamento de Frutas para beneficiar o açaí aproximadamente R$ 2 milhões. Outro investimento será na Indústria Naval de Tarauacá, que tem a tradição de construções de barcos. Serão aplicados nesse setor R$ 850 mil.
Investimentos na área florestal
No setor florestal Edvaldo Magalhães ressaltou que já foi iniciado o trabalho e dada a ordem de serviços para a segunda etapa dos manejos comunitários no Complexo Florestal do Gregório. De acordo com o secretário, naquela região do Estado há um grave problema de abastecimento de madeira.
A Sedens também está adquirindo serrarias portáteis (Arquivo Secom)
“Entre ficar com a polícia e com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) multando e criando barreiras para a comercialização da madeira, nós estamos fazendo investimentos no manejo comunitário, para que a gente tenha fornecimento de madeira. São 400 famílias dentro do complexo florestal - 200 já estão em processo de licitação do manejo, outras 100 concluíram, e para outras 100 famílias foi dada a ordem de serviço”, detalhou.
Cada família possui 50 hectares de floresta e poderá explorar 25 hectares no primeiro ano e 25 no segundo. Com isso, a Sedens estima que haverá uma oferta para abastecer Tarauacá, e poderá ser permitido até comercializar para a indústria, a partir dos planos de manejo comunitário.
A Sedens está também adquirindo serrarias portáteis, levando em consideração a tradição do colono de fazer o “abate da madeira” e somente depois levar as “pranchas” para a beira da estrada. Para a criação das serrarias portáteis serão investidos R$ 699,966.
“Nós vamos ter uma serraria portátil para poder melhorar a qualidade dessa prancha. Para isso, cada associação do Complexo Florestal do Gregório terá uma serraria portátil, que poderá ser levada para as colônias dos produtores”, enfatizou Magalhães.
Em Tarauacá também está previsto o pagamento de bônus para 519 famílias, até março de 2014, no valor total de R$ 778,5 mil. Há também o investimento de 7,5 milhões com o Crédito Habitação, que vai beneficiar 300 famílias de Tarauacá até julho de 2014. Já na Concessão Florestal, para 240 mil hectares, serão aplicados recursos da ordem R$ 1,892 milhão.
“Um dos eixos fundamentais do programa de gestão do governador Tião Viana é o fortalecimento da economia para fazermos com que o Acre dê um passo e possa se firmar fora das estruturas governamentais. Com esses investimentos, o Acre poderá fortalecer a sua economia por meio da produção e industrialização”, concluiu o secretário Edvaldo Magalhães.
Nayanne Santana (DA ASSESSORIA)