RIO BRANCO: Polícia Civil prende quadrilha que aliciava menores para programas sexuais

SETE pessoas foram presas acusadas de aliciar menores para a prostituição

Numa operação previamente planejada e colocada em prática na manhã de ontem, investigadores da Polícia Civil desbarataram um grupo organizado que comandava o mercado do sexo na Capital. Sete pessoas foram presas e encaminhadas ao presídio por crimes contra a dignidade social.

O grupo de era liderado pelo funcionário público Jardel de Lima Nogueira (33), que era especialista no agenciamento de mulheres que eram exploradas como prostitutas fazendo programas previamente estabelecidos com o pagamento de uma taxa que variava de 50 a 800 reais. As jovens exploradas variavam entre 14 e 18 anos de idade.

Além de Jardel Lima, foram presos Francinei Oliveira Contreiras (35), Greice Maria Vasconcelos de Almeida (31), Adriano Macedo do Nascimento Filho (18), Maria José Souza da Silva (42), Romara Costa Mota (31) e Tiago Celso de Andrade (26). Todos estavam com prisão preventiva decretada e foram recolhidos ao presídio.

De acordo com a delegada Elenice Frez, há cerca de quatro meses chegou ao conhecimento do Núcleo de Apoio à Criança e Adolescente Vítima (NUCRIA) uma denúncia a respeito da ação de aliciadores, que estariam explorando menores, prostituindo-as.

Como o apoio do delegado Nilton Boscáro, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado, as investigações foram iniciadas. Foi comprovado que o grupo atuava em vários pontos da cidade e de forma organizada. Eles aliciavam as jovens entre 14 e 18 anos e ficavam com uma parte do dinheiro cobrado pelo programa.

Mulheres comandavam pontos de prostituição - Maria José Souza da Silva, que é dona de um bar no bairro da Base, e Greice Maria Vasconcelos de Almeida, que administrava uma lanchonete numa área privilegiada da Capital, comandavam os pontos de prostituição, onde geralmente as garotas eram aliciadas.

De posse dos nomes e endereços dos integrantes do bando, ontem de manhã, contando com o apoio de investigadores do Grupo de Inteligência da Polícia Civil e do Departamento de Polícia do Interior, os delegados Nilton Boscaro e Edilene Fritz comandaram a operação denominada Delivery culminando com a prisão de todos.

Nas residências dos aliciadores os policiais apreenderam um farto material que comprovam a ação do bando, dentre os quais fotos eróticas, de meninas despidas, pés à base de silicone, massageadores e outros.

Pessoas que usaram serviços serão presas - De acordo com o Diretor de Polícia Civil, Emylson Farias, e os delegados Nilson Cezar Boscáro e Elenice Frez, os dois últimos responsáveis pelas investigações, novas prisões podem ocorrer no decorrer das investigações, inclusive de pessoas que pagaram para praticar sexo com as garotas, muitas delas menores.

Emylson lembrou que esta semana, em Rodrigues Alves, uma equipe comandada pelo delegado Lindomar Ventura, prendeu em flagrante José Carneiro, 57 anos, acusado de estuprar uma menina de 10 anos de idade. O chefe de polícia citou o trabalho da delegada Carla Ívane de Brito, da Delegacia de Proteção à Mulher, em Cruzeiro do Sul, que prendeu, um ex-presidiário que abusou uma menina de 14 anos, sobrinha do acusado, na frente dos irmãos menores.

“Isso mostra que o Estado/Polícia vem agindo com rigor, em todas as regiões do Acre. Outro exemplo foi à prisão de João das Chagas Ribeiro, 63, que abusava da filha há 19 anos e que teve seis filhos com ela e os mantinha em situações subumanas na comunidade de São Vicente, no Rio Gregório, região de Cruzeiro do Sul (distante 640 quilômetros de Rio Branco). O infrator foi preso e todas as vítimas estão sob proteção do Estado”, disse o secretário.

Emylson Farias lembrou que crimes contra vulneráveis merecem e estão tendo a devida atenção do Estado. Ressaltou que casos pontuais apurados pelo NUCRIA demonstram os avanços em técnicas investigativas. “Desta feita era uma rede de aliciadores e a polícia alcançou outras pessoas que agiam no negócio ilícito”, releva.

Para a delegada Elenice Frez Carvalho, é um momento novo na Polícia Civil, no tocante ao enfrentamento aos crimes que causam repulsa. “A polícia ataca de forma pontual a exploração sexual, sem desprezar outras investigações”, disse.

O delegado Nilton César Boscáro, da Decco, destacou a importância do engajamento da sociedade, que pode ajudar a polícia com informações. Lembrou que os acusados tiveram as prisões decretadas pelo juiz Romário Divino, da 2ª Vara da Infância e Juventude.

Delegada faz alerta aos pais
Em coletiva à imprensa, o delegado Emylson Farias, Secretário de Polícia Civil, fez questão de elogiar o trabalho dos policiais no combate aos crimes contra a dignidade humana, que culminou com a prisão dos agenciadores.

“Vamos continuar trabalhando e dentro das possibilidades botando na cadeia pessoas ligadas a uma rede de prostituição existente na cidade”, disse.

Durante a coletiva a delegada do NUCRIA Edilene Fritz, fez questão de afirmar que todas as denúncias de exploração de menores chegadas ao seu conhecimento estão sendo apuradas dentro do maior rigor possível. Alertou aos pais de menores que tomem cuidado com as filhas, que por vezes tão sendo aliciadas até no caminho da escola ou mesmo perto de casa.

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