No fim de semana passado, a cidade de Cruzeiro do Sul sediou a última formatura do Programa Especial de Formação de Professores para Educação Básica (Foto: Assessoria Ufac)
No fim de semana passado, a cidade de Cruzeiro do Sul sediou a última formatura do Programa Especial de Formação de Professores para Educação Básica I Zona Rural (Profir), fruto de uma parceria da Universidade Federal do Acre (Ufac) com o governo do Estado e prefeituras dos municípios envolvidos. Mais de 500 concludentes receberam diplomas de graduação. O evento, dividido em dois dias, foi realizado no Ginásio Poliesportivo Jader Machado.
Considerado o maior projeto de formação de professores da educação básica do Brasil, o Profir finalizou a formatura com aproximadamente 2.500 professores. O curso durou seis anos, teve um custo aproximado de R$ 45 milhões e contemplou os 22 municípios do Estado do Acre. Matemática, Geografia, Letras, História, Pedagogia, Ciências Biológicas e Educação Física foram as áreas de formação desses profissionais.
O secretário de Estado de Educação e Esporte, Daniel Zen, ratifica a importancia do Profir como o maior programa de formação de professores para a educação básica. “Temos hoje uma quantidade cada vez maior de professores formados. E esse número está acima dos 94%. Queremos que todos os professores tenham nível superior e, a partir daí, pensaremos em mais programas de formação, como mestrado, doutorado, e ter mais qualidade no ensino”, afirmou o secretário.
Para a reitora da Universidade Federal do Acre, Olinda Batista, a instituição está cumprindo a sua função perante a comunidade. “A academia vem cumprindo seu papel social de formar pessoas capacitadas para o magistério. Alguns cursos ainda não foram oferecidos nos municípios de difícil acesso. É preciso que haja uma continuidade, e isso não depende exclusivamente da universidade. Pensamos na educação como forma de consolidar as ciências no Brasil, porque temos que formar pessoas não só para o Acre, mas para o país”, enfatizou.
O professor e formando em Letras, Francisco Herlesson Freitas Melo, começou a lecionar aos 18 anos. Ele leva mais de duas horas de barco para poder chegar até a comunidade Pucalpa, em Rodrigues Alves, onde trabalha. Formado em magistério e com o diploma na mão, ele afirma querer mais do que uma graduação. “É muito louvável essa iniciativa do governo. Espero que não pare por aí. Que tenhamos uma pós-graduação. Quem ganha com isso é a própria comunidade”, afirma Melo.
Evandro Eleutério da Silva é formando de Geografia e trabalha há mais de dez anos na comunidade rural Parque Nacional da Serra do Moa, em Mâncio Lima. A viagem até o local de trabalho, na Escola Josefa Queiroz, leva um dia de barco. Segundo ele, a maior dificuldade para ensinar na zona rural é o acesso a essas localidades. “A maior dificuldade é chegar até a escola. Isso muda quando chegamos lá e vemos o desejo das crianças de aprender. Esquecemos todas as dificuldades. Estou muito orgulhoso por estar me formando. Agora garanto oferecer o máximo de mim para que essas crianças tenham um futuro menos difícil.
Magda Tomaz (Assessoria Ufac)