Edvaldo Soares de Magalhães, 45 anos, nasceu no seringal Russas, em Cruzeiro do Sul, em 27 de junho de 1965. Professor de matemática, casado com a Deputada Perpétua Almeida e pai de dois filhos. É presidente estadual do Partido Comunista do Brasil – PCdoB e também exerceu a função de presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Acre – ALEAC. Iniciou sua vida política em 1985, momento em que o Brasil e o Acre viviam o descortinar da “Nova República”. Em 1988, disputou junto com outros companheiros do movimento social uma vaga de vereador de Cruzeiro do Sul pelo PCdoB. Não ganhou a eleição, mas firmou o Partido e a si como liderança do povo do Juruá e pavimentou uma trajetória vitoriosa. Edvaldo exerceu nesse período os mandatos Classistas de presidente do núcleo regional de Cruzeiro do Sul da Associação dos Professores do Acre – ASPAC e fundou o SINTEAC, do qual foi presidente estadual nos anos de 1991 e 1992. Atualmente foi escolhido pelo Governador Tião Viana para assumir um novo desafio a de secretário da Secretaria de Desenvolvimento, Tecnologia, Ciência, Indústria e Comércio.
Fecomércio em Revista entrevistou Secretário Edvaldo Magalhães
01 - Como esta sendo essa sua estréia no poder executivo?
Primeiro foi uma mudança radical no modelo de pensar. Eu fiquei doze anos raciocinando no plenário da assembléia, na pauta das seções, em mediar conflitos, em abrir portas para novas negociações. Agora amanheço o dia pensando nos novos empreendimentos, como iremos fazer para apoiar, onde iremos estender a mão para alguém que tem uma boa ideia. Temos que estar pensando na nossa legislação do comércio para aquecer determinando setor, como que iremos encarar um novo debate sobre reforma tributária para facilitar a vida daqueles que vivem do comércio. Enfim, é outra forma de pensar e eu estou gostando muito. Estamos lidando com muitos problemas, mas também cria uma possibilidade de soluções para esses problemas. É um desafio novo na minha vida e estou muito animado para encarar.
02 - Quais as metas da secretaria para este ano?
Em primeiro lugar nós precisamos ter uma proximidade com os diversos segmentos da secretaria. A primeira meta é discutir para estarmos juntos. Para poder viver esse novo momento do Acre. Nós não acreditamos em trabalho elaborado somente em salas fechadas. Por isso nossa meta é discutir os problemas e programas de forma real. Para isso, temos cumprido uma agenda muito extensa. E estamos preparados para ouvir os problemas e juntos encontrar uma solução. A proximidade é umas das metas principais. Além disso, temos outros programas estabelecidos pelo Governador Tião Viana. Quanto à industrialização do Estado é um dos focos fundamentais desse governo. Atrair novos investimentos, fortalecer os existentes no Distrito Industrial. Além do foco da nossa ZPE que está tendo um tratamento prioritário nesse momento, pois até a metade do ano, queremos estar com todas as condições necessárias para o afandegamento da Zona de Processamento de Exportação. E todos os recursos para isso, o Governador Tião Viana já disponibilizou.
03 - Secretaria de Desenvolvimento, Tecnologia, Ciência, Indústria e Comércio. Não é muita coisa para apenas uma secretaria e um secretário?
É muita coisa. Iremos precisar de uma boa equipe. Antes era a Secretaria de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia agora foi acrescentado a Indústria e Comércio. Aproveito para agradecer aos Deputados Estaduais que aprovaram a reforma administrativa. É coisa demais sim. Mas teremos com certeza uma equipe muito afinada para desempenhar um bom trabalho. Temos uma turma que gosta de desafios.
04 - Como o senhor pretende tratar assuntos tão divergentes como ciência e comércio?
São assuntos diferentes, mas que no fundo tem uma base em comum. Não conseguiremos desenvolver o Estado se não tiver como uma das bases a indústria, por exemplo. Para isso, temos que contar com o desenvolvimento de novas tecnologias para poder viabilizar a industrialização. São desafios para que haja uma alta produtividade, para isso iremos fazer um grande investimento tecnológico em todo o Estado. São assuntos diferenciados, mas que na verdade são em comum. Por isso iremos construir essa base para essa nova fase do Acre. O Acre agora é porta de entrada do mundo. Esse novo olhar para nossa economia exige força, trabalho. E é isso que queremos e faremos.
05 - Que projetos específicos serão dedicados ao desenvolvimento do comércio?
O comércio hoje sem dúvidas é o maior empregador do Estado do Acre. Já merecia há tempos um olhar diferenciado. Por isso o Governador Tião Viana fez questão que o comércio tivesse um endereço dentro do governo. Os questionamentos do comércio poderão ser todos debatidos aqui. Temos muitos desafios para serem superados na legislação. O Governador com certeza tomará medidas para melhorar na área tributária do Estado. O que queremos é facilitar os negócios, talvez até exonerando alguns impostos para melhorar nossa base de arrecadação. Outro olhar é a necessidade de termos um pólo logístico no nosso Estado. Precisamos ter um local para que todo esse setor de distribuição de produtos, um local para que haja competitividade. Estamos construindo essa ideia, que com certeza irá ajudar muito o comércio do Acre.
06 - Quais são hoje os principais problemas que as empresas do Acre encontram que impende o crescimento?
Os problemas do comércio pode-se comparar a um jovem quando começa a crescer. Todos enfrentam problemas em seu cotidiano, problemas comuns. Nosso comércio esta passando por uma nova fase, por isso precisa de grandes investimentos e ajustes. Os gargalos que nós temos identificado em nossas conversas, são gargalos bons dessa nossa fase que estamos vivendo. Por isso há uma necessidade de crescimento do comércio e novos investimentos na economia. Precisamos desburocratizar as nossas instituições bancarias para que possa haver mais acessibilidade ao crédito por parte desses empresários. Todos são desafios desse novo momento. Esse novo olhar tende a facilitar a vida daqueles. Por isso o Governo e as instituições privadas terão que acompanhar esse momento.
07 - Qual o grande desafio para os próximos anos?
O grande desafio é o Acre virar um endereço. Se nós vamos ser porta de entrada e de saída através do Pacifico. Por isso temos que ser um endereço fixo, onde as pessoas permaneçam um dia ou mais. Precisamos criar novos atrativos já que o turista brasileiro só perde nos gastos para o turista europeu. Se conseguirmos atrair essas pessoas para permanecer um pouco mais, teremos um grande desenvolvimento econômico. Com certeza haverá uma mudança. Por isso o comércio é o caso carro chefe. Com certeza o comércio continuará sendo o maior empregador por muito tempo, através dos hotéis, bares, restaurantes, lojas etc.
fonte: http://www.rdnoticias.com.br