Olinda Batista: "Nem sei se o estupro aconteceu realmente no campus"
A reitora Olinda Batista disse nesta sexta-feira (20), em Rio Branco, que vai pedir investigação da Polícia Federal no caso da estudante de enfermagem, de 19 anos, vítima de estupro no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac).
- Nós não temos realmente segurança no campus. Eu mesma tenho medo de ser estuprada, pois costumo sair do meu gabinete tarde da noite - afirmou a reitora.
Supostamente a pedido da família da vítima, a reitoria demonstrou disposição em tentar minimizar a repercussão do que aconteceu no campus.
- Eu já nem sei se esse estupro aconteceu realmente no campus. Existem outras versões e ninguém registrou a ocorrência junto aos seguranças da Ufac ou na polícia - acrescentou Olinda Batista.
Contrariando versão dos estudantes e até de uma funcionária da limpeza, que atenderam a vítima, a subcoordenadora do curso de Enfermagem, Crisângela Lago Santos, contou que se reuniu com a estudante e seus familiares e negou o estupro.
- O que aconteceu foi apenas uma tentativa de assalto. O homem estava armado, retirou a estudante da parada de ônibus… Ele tinha intenção de violentá-la e sabe Deus mais o que. Ela disse que estava orando muito e ele deixou que ela fosse embora. Tentou levar a bolsa, mas desistiu porque não havia dinheiro. Ela não sofreu estupro. Ela não sabe dizer qual o tipo de arma que tinha. Ele só mostrou o cabo para ela. Mas ela não foi estuprada.
Segundo a subcoordenadora, o agressor não estava de carro e não chegou a espancar a estudante. Ela disse que a família não registrou a ocorrência porque o caso tomou uma “dimensão muito grande e ficou com medo”.
- Se nada tivesse sido divulgado, quem sabe a família teria procurado a polícia para contar o que aconteceu. A estudante não sabe se seria capaz de reconhecer o agressor e contou que o viu pela primeira vez - acrescentou Crisângela Santos.
As aulas na Ufac foram interrompidas por causa de um manifestação de aproximadamente 200 estudantes. Eles pediam mais segurança no campus e gritavam “Olinda, que coisa feia”, referindo-se à reitora e ao estupro da colega. A reitora atendeu os estudantes e se comprometeu a participar de novas reuniões, a partir da próxima semana, em busca de soluções para a insegurança no campus.(fonte: http://blogdaamazonia.blog.terra.com.br)