O PREÇO DA FELICIDADE: R$ 11 mil por mês compram felicidade, diz estudo


No sábado (4) sete brasileiros dividiram o segundo maior prêmio da história da Mega-Sena, R$ 92 milhões; cada um levou mais de R$ 13 milhões - dinheiro suficiente para deixar qualquer um feliz. Mas R$ 11 mil por mês já bastariam para “comprar” essa felicidade, segundo estudo publicado na revista americana PNAS nesta segunda-feira (6).

O estudo foi feito nos Estados Unidos pelos professores Daniel Kahneman (prêmio Nobel de Economia de 2002) e Angus Deaton, da Universidade Princeton, com base em respostas a mais de 450 mil questionários elaborados pelo instituto Gallup entre 2008 e 2009.

Segundo o estudo, a falta de dinheiro suficiente causa problemas emocionais e infelicidade, e esse sofrimento é revertido quando os ganhos de alguém chegam a cerca de R$ 130 mil (US$ 75 mil) por ano - ou aproximadamente R$ 11 mil ao mês.

- Concluímos que a falta de dinheiro traz miséria emocional e baixa autoestima; resultados similares foram encontrados para a raiva (...) Além de US$ 75 mil [R$ 130 mil] por ano nos Estados Unidos de hoje, salários mais altos não são nem o caminho para experimentar felicidade nem para aliviar a infelicidade ou o stress.

Para Kahneman, quando as pessoas têm muito dinheiro, elas podem comprar mais prazeres, mas há indicações de que, com muito dinheiro, elas vão aproveitar menos cada prazer.


- Talvez US$ 75 mil sejam um limite além do qual mais aumentos no salário não aumentem a capacidade individual de fazer o que mais importa para o bem-estar, como estar com as pessoas de quem se gosta, evitar a dor e as doenças e aproveitar o tempo livre.

Isso não significa que um aumento significativo de salário não torne uma pessoa mais feliz, diz Kahneman.

- Os dados não significam que um aumento de US$ 100 mil para US$ 150 mil [de R$ 173 mil a R$ 260 mil] não deixará alguém mais feliz, ou que ela será indiferente com uma queda no salário (...) O que dizemos é que, acima de um certo nível, o bem-estar das pessoas é limitado por fatores ligados a temperamento ou outras circunstâncias da vida.

Entre os problemas pessoais que são percebidos como piores devido à falta de dinheiro estão doenças, divórcio e solidão.

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