O presidene da Assembleia Legislativa, Edvaldo Magalhães (PC do B), chefia a partir de amanhã a delegação acreana que vai a Lima, capital do Peru, em mais um passo em busca da integração do Acre com os países vizinhos. O deputado destacou, num texto que postou no blog dele que desta vez a novidade fica por conta do trajeto.
De acordo com o parlamentar, “não utilizaremos o caminho convencional que abriu as portas do Acre para o Pacífico via Assis Brasil. Caminho mais longo é fato, em fase final de implantação definitiva. Mostraremos as novas possibilidades. Chegaremos a Lima, após cortar os Andes , percorrendo apenas 820 Km a partir de Pucallpa, nas vizinhanças de Cruzeiro do Sul (209 km separam as duas cidades). São 22 minutos de voo”.
Edvaldo observou que o Acre que antes era visto e havido como fim de linha, fim de mundo e um sem fim de adjetivos, agora é porta de chegada.
“Geograficamente bem posicionado, estamos nos descobrindo como vizinhos e descortinando possibilidades novas nas relações comerciais e culturais”, explicou o presidente da Aleac, lembrando que “nossos povos têm traços culturais comuns e uma bela história a compartilhar. De costas, não nos enxergávamos. Bastou um pequeno gesto para que nos descobríssemos como comunidade”.
O otimismo de Edvaldo é plural. “Sem dúvida estaremos colhendo os frutos de um protagonismo ousado da política externa brasileira que no governo Lula focou para a América Latina e lidera um movimento novo na vizinhança. O encontro entre Lula e Alam Garcia em Rio Branco, em maio, apontou uma série de caminhos a serem superados para melhorar a aproximação entre nossos povos e fortalecer a integração regional via estrada do Pacífico e outros pontos inter-fronteiriços”, frisou.
Extensão da BR até Pucallpa
Ali foi plantada uma importante semente no sentido de mostrar outras possibilidades, chamou a atenção o líder da caravana que sai de Rio Branco amanhã rumo a Lima. A via de integração pelo Juruá tem audiência garantida e um extraordinário apelo por parte dos estados de Ucayali, Huánuco e Ancash , regiões de forte vocação agrícola e de grande produção mineral.
Ali foi plantada uma importante semente no sentido de mostrar outras possibilidades, chamou a atenção o líder da caravana que sai de Rio Branco amanhã rumo a Lima. A via de integração pelo Juruá tem audiência garantida e um extraordinário apelo por parte dos estados de Ucayali, Huánuco e Ancash , regiões de forte vocação agrícola e de grande produção mineral.
Para o deputado comunista, a acessibilidade fluvial é uma outra grande vantagem. Os produtos oriundos da Zona Franca de Manaus poderiam percorrer os rios Solimões e Juruá e, a partir de Cruzeiro do Sul, aportar no Pacífico por este caminho mais curto e, por conseqüência, mais barato. “São novas possibilidades que a geopolítica econômica vai desenhando. Não podemos perder o bonde deste momento novo”, apelou.
Na avaliação de Edvaldo, Cruzeiro do Sul se integrará de forma maiúscula dentro desta nova geografia. Em breve deixará de ser uma cidade isolada e se integrará ao Acre e ao Brasil via BR-364. “Uma realidade irrevogável”, disse, observando que o próximo passo será a extensão da BR até Pucallpa. Um trecho de apenas 209 Km possibilitará a conexão do Juruá com os portos do Pacífico, portanto, com o mundo.
O encontro político-empresarial que ocorrerá nos dias 10 e 11, em Lima, e que contará com a presença de Lula e Alan Garcia em seu encerramento, tem o objetivo de consolidar relações entre os dois países. De avançar no sentido da ampliação dos negócios e de aproximar os dois povos. “Nossa participação será no sentido de dar visibilidade para a necessária construção desse eixo novo de interligação fronteiriça entre Brasil e Peru, pelo Juruá”, pontuou o presidente da Aleac.
Por último, Edvaldo lembrou que desde maio muito trabalho tem sido feito. Dois encontros político-empresarial foram realizados, um em Pucallpa e um outro em Cruzeiro do Sul. Negócios foram pactuados e experimentados. “Agora entraremos na fase mais duradoura, rotineira destas relações. Vizinhos precisam se encontrar sempre, não apenas vez por outra. Aos céticos apenas lembranças. Não se dá passos para abrir caminhos novos sem uma pitada de ousadia. E foi por ousadia que o Acre virou Brasil e é hoje o que é: respeitado e referenciado. Enjoado também”.
A tribuna