Moisés Diniz quer proteger índios do vírus influenza


Líder do governo defende articulação de um movimento popular de proteção do vírus da gripe A H1N1 nas aldeias

O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado estadual Moisés Diniz (PCdoB), está articulando um movimento popular de proteção dos indígenas contra o vírus influenza, que já circula em países como Peru e Bolívia, na fronteira do Acre. O deputado também vai apoiar a ida de uma comissão à Brasilia para reivindicar melhorias para as tribos.

Diniz esteve reunido no fim de tarde desta segunda-feira, 31, na Aleac com líderes indígenas de diferentes etnias onde anunciou a criação de um comitê formado por diversos seguimentos sociais para impedir a entrada da gripe influenza (AH1N1), nas aldeias.

"Nós estamos numa região de tríplice fronteira (Brasil, Peru, Bolívia), somos uma região tropical que no inverno pode aumentar a circulação da doença. Então, estamos trabalhando para juntar todos os partidos políticos, movimentos sociais e queremos chamar do prefeito ao presidente do Tribunal de Justiça, para constituir no Acre um Comitê Popular de Proteção da gripe A, envolvendo todos os seguimentos da sociedade. Se a gente deixar apenas os governos atuar, acho que teremos problemas no futuro", afirmou Moisés Diniz.

Diniz, afirma que a idéia é evitar uma tragédia, já que os indígenas vivem numa aglomeração bem maior, que os brancos.

Letícia Yawanawá, uma das maiores lideranças indígenas do Acre e do Amazonas, fez questão de mencionar o risco de vírus entrar facilmente nas aldeias com a presença freqüente de estrangeiros entre os índios. "É uma preocupação bastante grande nas aldeias a questão dessa doença já que os parentes não têm nenhuma informação sobre isso. Eu tive conhecimento de uma portaria do presidente da FUNAI (Márcio Meira), pedindo para que nenhum estrangeiro entrasse mais nas aldeias. Isso é bom para preservar os povos indígenas e principalmente as crianças".

REIVINDICAÇÕES EM BRASÍLIA - Moisés Diniz está apoiando a criação de uma Comissão de Articulação das Políticas Públicas para as Aldeias, que deverá intermediar com o governo federal problemas relacionados aos povos.

A idéia é que esta Comissão se desloque até Brasília para cobrar do Ministro da Justiça (Tarso Genro), preservação da terra indígena pertencente ao povo Apolima Arara, localizados no Rio Amônea, na cidade de Marechal Thaumaturgo. Os Arara estão há 30 dias acampados no prédio da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), reivindicando demarcação de suas terras, numa tentativa desenfreada de diminuir as invasões dos brancos que estão explorando de maneira desordenada recursos naturais, que a cada ficam mais escassos.

Os índios que ocupam a FUNAI construíram malocas na frente ao prédio, já impediram a entrada de funcionários, ameaçam incendiar carros e dizem que vão "dar o sangue" para que o movimento deles seja reconhecido. Os araras estão com dificuldades de se alimentar, mesmo assim resistem e permanecem por tempo indeterminado acampados.

"Além da situação dos Apolima Arara, a gente chegou num acordo com as lideranças de que era preciso incorporar outros problemas indígenas ligadas aos Apurinã, Kaxarari, entre outros. A idéia é formar uma comissão, ir a Brasília para uma audiência com o Ministro da Justiça e o Presidente da FUNAI, e também resolver problemas ligados a saúde indígena com o presidente da FUNASA. Então, nosso papel é de dar apoio para essa comissão com objetivo de apressar essas demandas", disse Diniz, que prometeu ainda dar apoio para o protesto dos Arara, em Rio Branco. Os indios querem ainda que seja empossado na Funai do Acre, um novo administrador, indicado por eles.

A terra indígena do povo Arara compreende uma área de aproximadamente 20,664 hectares, onde vivem 32 famílias totalizando 286 pessoas e cerca de 180 crianças. Hoje os índios não conseguem mais caçar, pescar, retirar madeira e outros produtos da floresta apenas para sua subsistência. Ao longo dos últimos anos, famílias de brancos iniciaram a ocupação desordenada e ilegal da terra proibindo os índios de explorar a floresta para a própria sobrevivência.

A tribo já luta há doze anos pela demarcação e reconhecimento de suas terras. Segundo as lideranças, a Funai fez estudos antropológicos de reconhecimento, identificação e levantamento fundiário. Os dados foram repassados para a Justiça Federal que por meio do Juiz Jair Facundes determinou há 90 dias que as terras fossem demarcadas. Porém em virtude da morosidade o Ministério da Justiça ainda não publicou a portaria de homologação das propriedades.

As questões fundiárias e de melhoria dos serviços de saúde nas aldeias, serão levantados pelo deputado Moisés Diniz, na tribuna da Aleac, nesta terça-feira, 01.

Francisco Costa
AC24H

Raimundo Accioly

Cidadão comum da cidade de Tarauacá no Estado do Acre, funcionário público, militante do movimento social, Radio Jornalista, roqueiro e professor. Entre em Contato: accioly_ne@yahoo.com.br acciolygomes@bol.com.br 68-99775176

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