Vários administradores dos municípios do interior enfrentam processos de cassação no Tribunal Regional Eleitoral
Os prefeitos acrianos eleitos em outubro do ano passado e que respondem na Justiça Eleitoral a processos por compra de voto e abuso de poder econômico não terão a condescendência da nova administração do Tribunal Regional Eleitoral no julgamentos dos seus processos.
A garantia é do novo presidente da corte eleitoral do Estado, desembargador Arquilau de Castro Melo.Em seu discurso na solenidade de posse quinta-feira à noite, diante de uma platéia importante formada por magistrados e advogados especialistas em causas eleitorais, além do governador Binho Marques e do senador Tião Viana, Arquilau Melo foi enfático sobre as ações do TRE em relação às suas atribuições de fiscalização e controle das eleições.
“A Justiça Eleitoral acriana estará atenta aos casos de tentativa de burlar o sistema eleitoral. Não se pode mais admitir que práticas como a compra de votos e o caixa dois se tornem corriqueiras a cada pleito eleitoral”, disse o desembargador.
Vários prefeitos eleitos em 2008 enfrentam processos de cassação por suspeita de compra de votos e abuso de poder econômico. Um deles, Vilseu Ferreira (PP) de Acrelândia, foi cassado na semana passa pelo TRE. Outros prefeitos, como Vando Torquato (PP) de Tarauacá, José Ronaldo (PSB) de Epitaciolândia, Manoel Almeida (PP) de Manuel Urbano, Pualinho Almeida (PT), de Plácido de Castro e Nilson Areal (PR), de Sena Madureira também respondem a processos com pedido de cassação do mandato. A principal acusação contra estes prefeitos é por suspeita de compra de votos.
O prefeito reeleito de Manuel Urbano, Manoel Almeida, exemplo, e seu vice Francisco Sebastião Mendes, são acusados pelo Ministério Público Eleitoral de terem sido eleitos graças à distribuição de tijolos, areia, botija de gás e até mesmo o pagamento de contas de energia elétrica de particulares com recursos públicos da Prefeitura Municipal, cujos documentos da operação fazem parte do processo. Alguns destes processos estão em tramitação nas suas respectivas zonas eleitorais, com apuração de fatos, inquirição de testemunhas e análise de provas por parte dos juízes eleitorais.
Além dos prefeitos, vereadores eleitos acusados de compra de votos também respondem a processo. Um deles, Hugo Júnior (PCdoB), segundo vereador mais votado de Tarauacá, foi cassado pela justiça eleitoral, acusado que foi de doação de jogos de camisa de times de futebol em troca de votos. Já o vereador de Brasiléia Mazinho Moraes tem situação mais difícil. Ele foi preso com 25 quilos de drogas, recebeu diploma de vereador eleito e briga na justiça para manter o cargo, apesar de continuar na cadeia.
Segundo Arquilau Melo, a medida que os processos contra os prefeitos e vereadores sejam encaminhados ao pleno do Tribunal Regional Eleitoral, serão julgados já que a corte não enfrenta problemas de congestionamento de processos.
Charlene Carvalho - charlene@pagina20.com.br