As dificuldades de construir drenos, galerias e bueiros no trecho entre Sena Madureira e Feijó
(Edmilson Ferreira)
Para drenar água subterrânea, as construtoras precisam instalar uma colcha drenante com 30 centímetros de brita. O material é "envelopado" a uma manta geotêxtil conhecida como "bidim", a qual garante o escoamento da água que flui no subsolo quando as máquinas realizam o corte da terra para alcançar a medida exigida pelas regras de pavimentação, de 6% do nível do solo.
Experiente como poucos em obras, Francisco Lessa, atuou na construção de mais de 200 desses equipamentos no trecho entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá e agora, entre Sena e Feijó. "Só quem trabalha aqui é que sabe o quanto é difícil e importante esse serviço", disse.
Depois de escavada, a vala é forrada com o bidim. Logo após, colocam-se as britas e o tubo dreno, fechando o sistema com a própria manta. O sistema deve ficar fechado e sem emendas. A função principal dele é não permitir a passagem de sujeira para a drenagem, aumentando a vida útil e melhorando o escoamento da água. Em seguida, o sistema é "envelopado" e a vala, coberta.
Junto com galerias e bueiros, o dreno faz parte das obras de arte que depois do asfalto pronto pouco serão percebidas. "Vai ficar tudo enterrado. É um trabalhão grande, que gasta muito dinheiro e demanda muita mão-de-obra, mas que vêm o aterro, o asfalto e ninguém mais vê. Daí, falam que é fácil fazer asfalto, mas não é", disse o responsável pelas obras de arte do lote 3, Eloir Ferreira Coelho.
Há serviços que são imprescindíveis, mas pouco chamam a atenção, como os cortes que têm de ser feitos para reduzir a menos de 6% as ondulações do terreno, que chegam a 15 metros de altura. As regras de inclinação são estabelecidaspelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit). Ao fazer os cortes com tal dimensão, as máquinas acabaram encontrando lencóis freáticos, que são rios subterrâneos. Esses lençóis tiveram de ser rebaixados e drenados com canos para evitar contato com a terraplanagem - no caso do trecho entre Sena e Feijó está sendo principalmente o bidim para fazer o dreno, além de galerias e bueiros de vários tamanhos e formatos. Na década de 70, na falta da melhor tecnologia, o Exército chegou a enterrar enormes toras de madeira para separar a água do aterro. Anos depois, a madeira apodreceu e o solo ficou destruído.
A partir de Feijó, todas as cidades ao longo da rodovia têm acesso por terra assegurado o ano inteiro. Há trechos com asfalto envelhecido que serão recuperados ao longo dos próximos dois anos.
Queda de preços em mercadorias, reencontros de pessoas, integração cultural e novos negócios são parte do fenômeno gerado com a reabertura da estrada, que neste ano foi feita pelas seis empresas responsáveis pelo trecho entre Sena Madureira e Feijó. Asfaltá-la, de acordo com o governador Binho Marques, é consolidar esse processo. Vê-se nessa região o que se vê no Vale do Acre. Em 2006, o Acre registrou crescimento econômico anual de 6%, o dobro da média nacional.
O governador Binho Marques e seus aliados criaram um ambiente de harmonia política, estabelecendo relações sérias, respeitosas e cheias de êxito. Compuseram ainda uma rede de parcerias que envolve o presidente Lula, a bancada de parlamentares em Brasília e no Estado, prefeituras e instituições. Somente a partir desse trabalho está sendo possível levar adiante as obras da BR-364, tão cheias de dificuldades e adversidades extremas.
Duplos, triplos, quadrados ou circulares
De acordo com o Deracre, são 14 mil metros de bueiros e galerias em implantação no trecho entre Sena e Feijó. A maior galeria está sendo construída no lote 4, da Etam, tem 26 metros e é dividida em três saídas.
No lote 3, da Fidens, um bueiro circular demanda o trabalho de 25 operários. O trabalho é sublocado para uma pequena construtora de Sena, a Milandi Júnior. O custo do bueiro circular duplo naquelas condições é de cerca de R$ 70 mil. "Depois que vem a terraplanagem, ninguém se lembra mais desse trabalho", disse Eloir Ferreira, responsável pelas obras de arte no lote. Há bueiros em diferentes tamanhos e formatos, de acordo com a necessidade do local
Asfalto ligará cidade de Sena ao Caeté
Em breve, o Governo do Estado entrega o aslfaltamento de oito quilômetros desde o fim do asfalto nas proximidades da balança do Deracre em Sena Madureira até um quilômetro adiante da ponte do Caeté, no sentido Feijó. Máquinas e homens estão trabalhando a pleno vapor para garantir que o prazo seja cumprido antes da chegada do inverno. A ponte sobre o Caeté é a maior de todas no trecho entre Sena e Feijó, com 210 metros, e foi construída mesmo sob as intensas chuvas.
No total, será cerca de um quilômetro de pontes sobre dez rios e igarapés. O lote A contempla a ponte sobre o Rio Caeté e duas pontes no acesso a Manuel Urbano. No lote B serão duas pontes sobre os rios Macapá e Juritipari.
O asfaltamento da BR-364 no trecho entre Sena Madureira e Feijó, num total de 227 quilômetros, é a última etapa para a interligação de Rio Branco com o Vale do Juruá. As obras estão divididas em seis lotes e serão concluídas em 2010 ao custo de mais de R$ 500 milhões. Os recursos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
(Edmilson Ferreira)
Para drenar água subterrânea, as construtoras precisam instalar uma colcha drenante com 30 centímetros de brita. O material é "envelopado" a uma manta geotêxtil conhecida como "bidim", a qual garante o escoamento da água que flui no subsolo quando as máquinas realizam o corte da terra para alcançar a medida exigida pelas regras de pavimentação, de 6% do nível do solo.
Experiente como poucos em obras, Francisco Lessa, atuou na construção de mais de 200 desses equipamentos no trecho entre Cruzeiro do Sul e Tarauacá e agora, entre Sena e Feijó. "Só quem trabalha aqui é que sabe o quanto é difícil e importante esse serviço", disse.
Depois de escavada, a vala é forrada com o bidim. Logo após, colocam-se as britas e o tubo dreno, fechando o sistema com a própria manta. O sistema deve ficar fechado e sem emendas. A função principal dele é não permitir a passagem de sujeira para a drenagem, aumentando a vida útil e melhorando o escoamento da água. Em seguida, o sistema é "envelopado" e a vala, coberta.
Junto com galerias e bueiros, o dreno faz parte das obras de arte que depois do asfalto pronto pouco serão percebidas. "Vai ficar tudo enterrado. É um trabalhão grande, que gasta muito dinheiro e demanda muita mão-de-obra, mas que vêm o aterro, o asfalto e ninguém mais vê. Daí, falam que é fácil fazer asfalto, mas não é", disse o responsável pelas obras de arte do lote 3, Eloir Ferreira Coelho.
Há serviços que são imprescindíveis, mas pouco chamam a atenção, como os cortes que têm de ser feitos para reduzir a menos de 6% as ondulações do terreno, que chegam a 15 metros de altura. As regras de inclinação são estabelecidaspelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (Dnit). Ao fazer os cortes com tal dimensão, as máquinas acabaram encontrando lencóis freáticos, que são rios subterrâneos. Esses lençóis tiveram de ser rebaixados e drenados com canos para evitar contato com a terraplanagem - no caso do trecho entre Sena e Feijó está sendo principalmente o bidim para fazer o dreno, além de galerias e bueiros de vários tamanhos e formatos. Na década de 70, na falta da melhor tecnologia, o Exército chegou a enterrar enormes toras de madeira para separar a água do aterro. Anos depois, a madeira apodreceu e o solo ficou destruído.
A partir de Feijó, todas as cidades ao longo da rodovia têm acesso por terra assegurado o ano inteiro. Há trechos com asfalto envelhecido que serão recuperados ao longo dos próximos dois anos.
Queda de preços em mercadorias, reencontros de pessoas, integração cultural e novos negócios são parte do fenômeno gerado com a reabertura da estrada, que neste ano foi feita pelas seis empresas responsáveis pelo trecho entre Sena Madureira e Feijó. Asfaltá-la, de acordo com o governador Binho Marques, é consolidar esse processo. Vê-se nessa região o que se vê no Vale do Acre. Em 2006, o Acre registrou crescimento econômico anual de 6%, o dobro da média nacional.
O governador Binho Marques e seus aliados criaram um ambiente de harmonia política, estabelecendo relações sérias, respeitosas e cheias de êxito. Compuseram ainda uma rede de parcerias que envolve o presidente Lula, a bancada de parlamentares em Brasília e no Estado, prefeituras e instituições. Somente a partir desse trabalho está sendo possível levar adiante as obras da BR-364, tão cheias de dificuldades e adversidades extremas.
Duplos, triplos, quadrados ou circulares
De acordo com o Deracre, são 14 mil metros de bueiros e galerias em implantação no trecho entre Sena e Feijó. A maior galeria está sendo construída no lote 4, da Etam, tem 26 metros e é dividida em três saídas.
No lote 3, da Fidens, um bueiro circular demanda o trabalho de 25 operários. O trabalho é sublocado para uma pequena construtora de Sena, a Milandi Júnior. O custo do bueiro circular duplo naquelas condições é de cerca de R$ 70 mil. "Depois que vem a terraplanagem, ninguém se lembra mais desse trabalho", disse Eloir Ferreira, responsável pelas obras de arte no lote. Há bueiros em diferentes tamanhos e formatos, de acordo com a necessidade do local
Asfalto ligará cidade de Sena ao Caeté
Em breve, o Governo do Estado entrega o aslfaltamento de oito quilômetros desde o fim do asfalto nas proximidades da balança do Deracre em Sena Madureira até um quilômetro adiante da ponte do Caeté, no sentido Feijó. Máquinas e homens estão trabalhando a pleno vapor para garantir que o prazo seja cumprido antes da chegada do inverno. A ponte sobre o Caeté é a maior de todas no trecho entre Sena e Feijó, com 210 metros, e foi construída mesmo sob as intensas chuvas.
No total, será cerca de um quilômetro de pontes sobre dez rios e igarapés. O lote A contempla a ponte sobre o Rio Caeté e duas pontes no acesso a Manuel Urbano. No lote B serão duas pontes sobre os rios Macapá e Juritipari.
O asfaltamento da BR-364 no trecho entre Sena Madureira e Feijó, num total de 227 quilômetros, é a última etapa para a interligação de Rio Branco com o Vale do Juruá. As obras estão divididas em seis lotes e serão concluídas em 2010 ao custo de mais de R$ 500 milhões. Os recursos são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).