O ex-vereador Chagas Batista e o ex-prefeito Jasone Silva (PT) selaram um pacto pela unidade da Frente Popular do Acre (FPA) nas eleições municipais deste ano. Tanto o comunista quanto o petista são pré-candidatos a prefeito de Tarauacá, mas afirmam que não vão disputar entre si pela indicação de quem será o cabeça da chapa que concorrerá à sucessão de Vando Torquato (PP).“Nunca definimos nome de candidato a prefeito ou a vice. Estamos conversando para mantermos a nossa unidade”, declarou Jasone Silva. Segundo Silva, as conversas que vêm sendo mantidas entre ele e Chagas Batista visa montar um programa que tenha afinidades com a FPA em nível estadual e com o governo federal.
O ex-prefeito argumentou que há muitas conversas envolvendo o seu nome e do ex-vereador comunista porque os adversários da FPA têm interesse em desestabilizar a coligação.Os argumentos do petista encontram eco nas palavras do comunista, que resumiu: “Nossos adversários estão mais interessados em definir a nossa chapa do que a gente. No momento certo faremos o anúncio. Por enquanto, vamos conversar bastante”.Batista e Silva lembraram que participam de partidos que têm vida orgânica constantes, com organização, estrutura e base. “Existem partidos que abrem os seus diretórios apenas no período da eleição. O nosso não é assim”, comentaram.Ao selarem o pacto, comunistas e petistas poderão retomar uma aliança quebrada após as eleições de 1996, quando Jasone Silva foi eleito prefeito, tendo como companheiro de chapa o hoje deputado estadual Moisés Diniz (PC do B).Com o rompimento dos partidos, Silva foi reeleito em 2000. Ao seu lado como vice-prefeito estava o atual ocupante do cargo Vando Torquato (PP).Em 2004, os partidos novamente entraram nas eleições separados. O PT não lançou candidato à sucessão de Jasone Silva. Preferiu apoiar o ex-deputado estadual Chico Sombra. O PC do B concorreu com Chagas Batista, que ficou em segundo lugar.Sem ganância pelo poderChagas Batista afirmou que ele e Jasone Silva têm em comum o fato de não terem ganância pelo poder. Segundo o comunista, ambos só concorreram a cargos públicos porque foram convidados pelos seus partidos. “Fui vereador por três oportunidades para cumprir uma missão delegada pelo o meu partido. Com Jasone foi a mesma coisa”, disse.O ex-vereador advogou que o candidato a prefeito da FPA em Tarauacá deve sair sem imposição, mas por meio de muito diálogo entre os partidos da coligação e sem arrogância.“Temos tudo para fazermos um trabalho pelo município melhor do que está fazendo a atual administração”.Sobre as divergências registradas entre comunistas e petistas na primeira gestão de Jasone Silva como prefeito (1997/2000), Batista declarou que não há interesse em debater o passado como forma negativa, mas como exemplo a não ser seguido no futuro.“O que aconteceu foi falta de maturidade. Todos nós aprendemos com os nossos erros. E não vamos mais errar”.Jasone Silva destacou que a unidade da FPA é algo que todos os partidos querem porque a atual administração de Tarauacá não tem projeto que contemple aos anseios da população.Silva admitiu que a unidade não será fácil de ser conquistada porque, segundo ele, sempre vai ter alguém querendo puxar o debate para um campo que lhe interesse, mas há tempo suficiente para conseguir encontrar o caminho ideal por meio do diálogo.“O mais importante é que não queremos o poder pelo poder. Queremos, sim, melhorar o nosso município. Não vou impor meu nome para nada. Temos também três vereadores, que podem pôr os seus nomes na mesa”.