Nenhuma devoção popular nasce da imposição da Igreja. É geralmente fruto de uma experiência pessoal de fé, pelo qual alguém passou. Há cerca de 85 anos, viajando pelos rios amazônicos, um homem estando a beira de um naufrágio, provocado pelos perigosos remansos que se formam nos rios, invoca o auxílio de cima, mais precisamente, de São Francisco de Assis (ou das Chagas). O nome deste homem: Raimundo Eustáquio de Moura, um nordestino que se estabelecera no vale do Tarauacá para trabalhar nos seringais, a semelhança de tantos outros. A partir dessa promessa, tem-se início o tradicional Novenário de São Francisco, que perdura até hoje, na cidade de Tarauacá.
Raimundo Eustáquio começou o Novenário em sua própria casa, provavelmente com seus familiares, vizinhos e amigos. Isso por volta do ano de 1924. Com o passar do tempo a devoção foi se espalhando. E com a ajuda de outros devotos construiu uma pequena capelinha e mandou buscar a primeira imagem do Santo (em gesso, provavelmente), substituindo o quadro, usado até então. E muita gente chegava, sobretudo dos seringais, para pagar suas promessas. O local onde ergueu-se a capelinha chamaram-no Arraial de São Francisco, sobre um belo morro.
Raimundo Eustáquio começou o Novenário em sua própria casa, provavelmente com seus familiares, vizinhos e amigos. Isso por volta do ano de 1924. Com o passar do tempo a devoção foi se espalhando. E com a ajuda de outros devotos construiu uma pequena capelinha e mandou buscar a primeira imagem do Santo (em gesso, provavelmente), substituindo o quadro, usado até então. E muita gente chegava, sobretudo dos seringais, para pagar suas promessas. O local onde ergueu-se a capelinha chamaram-no Arraial de São Francisco, sobre um belo morro.
(a segunda capelinha, provavelmente)
(atual Igreja de São Francisco, no Bairro de Copacabana)
A Igreja e os fiéis não podem esquecer esses fatos originários, que impulsionaram e nos legaram esse maravilhoso testemunho de fé. Nem pode esquecer seu honroso e virtuoso ‘iniciador’, RAIMUNDO EUSTÁQUIO DE MOURA, que neste ano completaram-se 130 anos de seu nascimento, e 50 de sua morte. Um homem tocado por Deus, cheio de fé e zelo e que legou ao povo católico de Tarauacá uma das maiores demonstrações de fé do povo acreano. Espero um dia que seja erguido um monumento em lembrança a este homem, e que a Igreja de Tarauacá não pense apenas no lado festeiro e financeiro da coisa.
(Túmulo de Raimundo Eustáquio de Moura no Cemitério São João Batista em Tarauacá)
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Obs: as informações históricas aqui tomadas foram com base numa pequena biografia sobre Raimundo Eustáquio de Moura feita por sua filha Celestina Mourão, cedido gentilmente pelo Palazzo, bem como a foto antiga da Capela de São Francisco. Grato, Palazzo!