Famílias de estudantes das comunidades ribeirinhas do Rio Muru e Seringal Transual, em Tarauacá, voltaram a procurar o Blog do Accioly para denunciar a paralisação das aulas em escolas estaduais da zona rural. O motivo, segundo relatam, é a interrupção recorrente do transporte escolar fluvial, serviço essencial para que os alunos consigam chegar à sala de aula.
De acordo com pais e responsáveis, problemas como falta de combustível, ausência de manutenção, atraso no pagamento de barqueiros e locação de canoas têm sido constantes desde o início do ano letivo. O resultado desse descaso é grave: crianças e adolescentes passam semanas sem estudar, acumulando prejuízos na aprendizagem e violação ao direito constitucional à educação.
“Funcionou 8 dias desde a última reclamação, novamente parado por falta de transporte. Falta de combustível, falta de pagamento de salários, falta de pagamento dos barqueiros… Aonde estão as autoridades? Isso é uma falta de respeito com nossos filhos que precisam do ensino”, desabafa Mary, mãe de aluno da Escola Bom Jesus – Anexo 1, Sede Auton Furtado, no Rio Muru.
A situação não é isolada. Diversas comunidades enfrentam o mesmo problema, como relatam pais da escola do Itymarati:
“Estudaram 8 dias, já pararam por falta de combustível e pagamento do transportador. Queremos que alguém tome providências.”
— Mãe de aluno
O sentimento de cansaço e indignação toma conta das famílias:
“Todo mês as aulas param pelos mesmos motivos. Cadê o compromisso das autoridades? Nossos filhos precisam do transporte para estudar.”
— Manoel, pai de estudante
Quem é o responsável?
As unidades citadas são escolas estaduais, portanto, o Governo do Acre, por meio da Secretaria de Educação e Cultura (SEE), é quem deve garantir o transporte escolar fluvial adequado, contínuo e seguro.
Direito à educação não pode flutuar conforme o nível do rio
O transporte fluvial é, para centenas de estudantes ribeirinhos, o único meio de chegar à escola. Quando ele falha, toda uma rede de direitos é interrompida: alimentação escolar, convívio social, acompanhamento pedagógico e até acesso a políticas públicas.
O Blog do Accioly registra o apelo das famílias e reforça a cobrança para que:
os pagamentos aos barqueiros sejam regularizados imediatamente;
haja garantia permanente de abastecimento e manutenção das embarcações;
o governo apresente medidas preventivas, e não apenas respostas emergenciais após cada paralisação.
Pais e estudantes não podem continuar pagando a conta da falta de gestão.
O nosso pedido
O ensino público rural já enfrenta inúmeros desafios por conta da geografia amazônica. Não é aceitável que uma ação básica, como assegurar o transporte, siga sendo tratada com improviso e descaso.
O Blog permanece aberto para espaço de resposta oficial da Secretaria de Educação, torcendo para que esta matéria sirva como ponto de partida para soluções urgentes e definitivas.
As crianças dribeirinhas não podem esperar.
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RECLAMAÇÃO