Famílias de diversas comunidades rurais localizadas ao longo do Rio Muru, em Tarauacá, procuraram o Programa Bom Dia Tarauacá e o Blog do Accioly para denunciar a paralisação do transporte escolar fluvial que atende estudantes da rede estadual. Segundo os relatos, há pelo menos duas semanas os alunos estão sem conseguir chegar às escolas por falta de barqueiro, combustível e manutenção dos motores utilizados pelas embarcações.
As comunidades mais afetadas, segundo os ouvintes, incluem:
Itamarati, Seringal Transual, Comunidade Conceição e Sede da Escola Coronel Auton Furtado, todas na região do Rio Muru.
Depoimentos das Famílias
Os pais e responsáveis reforçam que o problema já se arrasta há meses e que, nesta reta final do ano letivo, o prejuízo para as crianças é enorme.
📍 Antônia – mãe de aluno da Escola Coronel Auton Furtado (Comunidade Itamarati / Seringal Transual)
“Já faz duas semanas que os alunos do Estado estão sem aulas por falta de barqueiro. O motor esculhambou e eles desde setembro que não recebem. A supervisora quer que nós, pais, compremos gasolina. Isso é uma falta de respeito com a comunidade e com os alunos. Nossos maridos trabalham, as mães também. Não temos motor nem canoa para levar nossos filhos. Precisamos de uma resposta, porque o ano está acabando e praticamente não teve aula. Os barqueiros não recebem e nossos filhos ficam no prejuízo.”
📍 Moradora da Comunidade Conceição – mãe de aluno da Escola Estadual
“Gostaria de saber por que não está tendo transporte. Meu filho está muitos dias sem aula por falta de combustível e pagamento do motorista. Vou procurar meus direitos, já vim até a cidade porque não posso aceitar isso.”
📍 Ariadna – mãe de aluno do Seringal Transual (Rio Muru)
“Onde posso fazer reclamação? Estamos há duas semanas sem transporte. O motor está quebrado e o motorista não tem como arrumar porque não recebeu. A supervisora quer que nós compremos gasolina e motor. Como uma mãe que recebe 700 de Bolsa Família vai fazer isso? É uma irresponsabilidade com nossos filhos. Teve mês que ficaram 15 dias sem estudar por falta de pagamento dos barqueiros.”
Os pais relatam ainda que, por falta de transporte, várias crianças permanecem em casa, e algumas famílias chegaram a se deslocar até a cidade de Tarauacá para buscar orientação sobre onde denunciar oficialmente a situação.
O que diz a Coordenação Estadual de Educação
Em resposta ao Blog do Accioly, o professor José Ivonaldo, Coordenador Estadual de Educação, informou que:
“A coordenação de ensino rural já se deslocou até essas áreas e está tomando as medidas necessárias para sanar os problemas. A equipe responsável está realizando levantamentos e ajustes para que o transporte seja restabelecido o mais rápido possível.”
Segundo ele, o Estado está ciente das falhas no pagamento dos barqueiros e da necessidade de manutenção dos motores, e a orientação é que o serviço seja normalizado nos próximos dias.
Conclusão
As reclamações reforçam a realidade enfrentada por muitas famílias ribeirinhas, que dependem integralmente do transporte escolar fluvial para garantir o direito básico à educação. Sem o barco funcionando, o prejuízo é imediato: dias sem aula, conteúdo acumulado, atraso escolar e desgaste emocional de pais e alunos.
Com a manifestação das comunidades e o posicionamento da coordenação estadual, espera-se que as medidas anunciadas sejam executadas com urgência, garantindo que nenhuma criança do Rio Muru encerre o ano letivo penalizada pela falta de transporte.
O Blog do Accioly seguirá acompanhando a situação e cobrando respostas até que o serviço seja plenamente restabelecido.
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