Jorge Viana defende diálogo e repaginação do PT em entrevista ao Roda Viva: “Todo suporte tem que ser dado para o ministro Haddad”


O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, foi o entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira, 24. O ex-senador e ex-governador do Acre respondeu a uma série de perguntas dos jornalistas sobre a atual situação política e econômica do Brasil, além de comentar sobre as perspectivas de seu partido, o PT.

Em um dos momentos, Viana falou sobre a “nova cara” do Partido dos Trabalhadores, defendendo que a repaginação do PT não deve ser confundida com a troca de nomes, mas sim com a ampliação do diálogo com diferentes setores da sociedade.

O ex-governador ressaltou o legado do partido nas últimas décadas, destacando a importante contribuição do PT para a redução da pobreza e a ascensão da classe média, especialmente durante os mandatos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Segundo Viana, a classe média que emergiu durante os governos petistas tem características variadas, com alguns setores mais conservadores e até radicalizados.

"Quando falo de repaginar, não tem nada a ver com nomes, é claro que eu acho que todo suporte tem que ser dado para o ministro Haddad, porque a economia é fundamental", afirmou Viana, referindo-se ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O presidente da ApexBrasil também ressaltou que é essencial que o PT busque mais diálogo com setores como os evangélicos, que formam parte da classe média C. Para ele, o partido não pode generalizar esses grupos e deve buscar entendimento com as diversas vertentes, sem ceder aos extremos.


Viana comentou ainda sobre a importância de um diálogo mais próximo com os crentes, destacando que ele próprio tem familiares evangélicos, como suas filhas e seu genro. "Não podemos querer colocar todos no mesmo balaio. Eu sou a favor de dialogar com essas pessoas. Não estou falando dos extremistas, mas sim de quem faz parte desse grupo", pontuou.

Outro tema abordado na entrevista foi a posição do ministro Fernando Haddad no governo. Viana refutou a ideia de que Haddad estaria isolado, afirmando que o ministro tem sido responsável por grandes avanços no governo, como a proposta de reforma tributária, que estava parada há mais de 20 anos, e o controle da inflação. Ele também destacou que Haddad tem sido fundamental para o avanço de políticas econômicas importantes. “Eu fui convidá-lo para dois fóruns de atração de investimentos, um em Londres e outro em Nova York, para mostrar os bons resultados do governo, como a queda do desmatamento e o crescimento econômico superior às previsões de mercado", contou.

Sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos, Viana foi questionado se a relação comercial entre os dois países estava contaminada por fatores políticos internos, como a perda de Joe Biden ou o governo de Jair Bolsonaro. O executivo não se esquivou da questão, afirmando que a relação não está, de fato, prejudicada. "Não estou colocando a culpa em ninguém. Não há problema na relação comercial Brasil-Estados Unidos. Se algum problema surgir, não é questão de encontrar um culpado, mas sim de entender as circunstâncias", disse o presidente da ApexBrasil.

Dell Pinheiro, do Notícias da Hora

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