A saída espontânea da Professora Janaina Furtado da Coordenação do Núcleo Estadual em Tarauacá para tentar uma eleição de vereadora, merece algumas reflexões que poderão servir também de esclarecimentos.
Há 3 anos e 4 meses e a convite do governo, Janaina assumia a responsabilidade de gerenciar a educação estadual em Tarauacá e não pensou duas vezes.
Assumiu, montou uma equipe, fez um planejamento, estabeleceu novas relações com servidores, gestores e instituições.
Janaina foi pessoalmente conversar com os educadores, conhecer os espaços, as escolas, as condições físicas, estruturais e a logística operacional da educação estadual no município. Levou um tempo e logo a nova gestora foi “correr atrás” do que minimamente se precisava para movimentar essa estrutura.
Primeiramente, uma melhorada nas condições físicas das escolas da zona urbana que realmente estavam em situação de dificuldades. Sem falar da parte de mobiliários, equipamentos e outras demandas.
Em seguida a questão precária do transporte escolar com aquisição de novos ônibus e abertura de novas rotas fluviais. Junte-se a isso a questão da alimentação escolar armazenada em um espaço inadequado e localizado numa área alagadiça. Ela foi à luta e estruturou um prédio numa área central da cidade, com espaço adequado e gestão própria. Até os caminhões frigoríficos foram adquiridos nesse período.
Janaina modernizou os espaços da sede do núcleo, estruturou de equipamentos, profissionais qualificados e humanizou o atendimento às pessoas, especialmente, aos servidores.
Isso tudo em meio ao caos da pandemia e alguns “movimentos” surdinamente calculados para “atrapalhar” sua gestão. Ela só ergueu a cabeça e seguiu. Os 'apedrejadores' tropeçaram nas próprias pedras e caíram.
No segundo ano, ela começou a pensar como reestruturar o ensino na zona rural. Com as escolas destruídas literalmente, Janaina e sua equipe foram até as comunidades. Levantaram as muitas demandas, algumas solucionadas com ajuda das próprias comunidades. Cobrou, pediu, conquistou e iniciou um processo lento de recuperação dos espaços e da estrutura de pessoal, especialmente professores. Pela primeira vez, escolas rurais iriam receber, além dos já convencionais enlatados e empacotados, alimentos perecíveis. Esse processo está avançado, porém falta muito, ainda.
No terceiro ano, Janaina apontou sua gestão para a educação escolar indígena. Se o ensino rural estava desestruturado, imaginem a educação nas escolas indígenas. Praticamente nada acontecendo. Da mesma forma Janaina foi até as aldeias, mobilizou lideranças, professores, departamentos da SEE. No Núcleo de Educação, pela primeira vez uma professora indígena assumia a coordenação especial. Está sendo uma grande luta. Mas, avanços já são registrados.
Escolas, professores, transporte, alimentação, fardamento e aulas. Tudo sendo recomeçado.
Em 3 anos, Janaina fez uma gestão muito intensa, porém com componentes de planejamento, inteligência e boa realação com as pessoas.
O esgoto da escola ‘estorou’, a rede de energia danificou, o ar condicionado queimou, a água faltou, o ônibus quebrou, a escola está cheia de goteiras, a merenda não chegou.... todo dia pipoca um problema. As vezes nem dá tempo pensar em novos investimentos.
Janaina, que teve ótima experiência como gestora pública, agora deixa a coordenação para se dedicar à sua campanha por uma vaga na câmara de vereadores de Tarauacá.
No seu lugar Janaina deixou, com aval do governo, a Professora Maria Elcilardes, gestora qualificada, experiente e com perfil técnico. Ah! Mas, poderia ter sido alguém que tivesse muita influência política para garantir muitos votos na eleição? Elcilardes vai cuidar do núcleo e das ações da educação estadual em Tarauacá e isso é o certo.
Ah! Janaina vai se eleger com a força do núcleo?
Janaina foi eleita vereadora por dois mandatos sem usar estruturas de poder como “muletas”. O núcleo vai ajudar? Claro que sim. Os amigos dela estão lá.
Agora ela está de volta ao cenário da disputa política em Tarauacá, como pré-candidata a vereadora na coligação de Rodrigo Damasceno.
“Eu havia pensado muito em não mais participar por conta do que aconteceu na última eleição quando fui candidata a vice prefeita. Eu não perdi a eleição. Eu perdi o Giovanni Acioly. Nós todos o perdemos. Foi dramático tudo aquilo. Ele veio de Rio Branco para trabalhar na nossa campanha. Deus o levou. Agora, antes da partida, meu pai pediu a mim que voltasse para câmara e continuar a história que ele iniciou. Giovanni me tirou da política e meu pai me trouxe de volta. Volto por mim, por eles e pelo povo. Sou muito grata a todos que acreditaram em mim e me deram a oportunodade na gestão da edcação estadual. O governador Gladson, a Vice Mailza, a Deputada Socorro Neri, o Secretário Aberson Carvalho e, claro, minha equipe de trabalho que compartilhou comigo essa parte importante da minha vida”, disse Janaina.
Quando foi vereadora Janaina levantou diversas bandeiras de lutas pela população de Tarauacá. Da água, de rua, da energia, atendimento digno às pessoas nos órgãos públicos, luta por concursos, por concursados, servidores públicos, mulheres, dependentes químicos e outras. Foi uma parlamentar de todas as lutas.
Escrito Por Raimundo Accioly
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