Um casamento homoafetivo entre duas mulheres foi realizado em Tarauacá no último dia primeiro de setembro de 2023, quando as jovens, Maria da Gloria de Brito Gomes de Tarauacá e Gennyfer Oliveira de Morais natural de Feijó, decidiram formalizar a união entre as duas, após três anos de relacionamento. O ato oficial foi realizado no cartório extra-judicial do município.
A Tarauacaense Maria da Gloria de Brito Gomes, tem 31 anos, nível superior e é servidora pública. Já a Feijoense Gennyfer Oliveira de Morais, 26 anos, ensino médio completo, trabalha como vendedora nas Lojas Gazin. Gennyfer já reside em Tarauacá ha mais de 10 anos.
Para Maria da Gloria o casamento é estarem juntas e se conhecendo mais a cada dia. Conhecimento de uma sobre a outra, saber lidar com a convivência e as diferenças que as mesmas apresentam pois, nenhum ser humano é igual. "Quando resolvemos casar, sabíamos que iríamos ser questionadas por parte da sociedade, o que é muito comum e que isso não diminuiu em nada a nossa vontade de realizar o primeiro de nossos muitos sonhos. Vamos enfrentar, ainda, muita coisa pela frente, principalmente relacionadas aos nossos direitos" disse Glória. Ainda, segundo opinião de Glória, a sociedade em que vivemos é cheios de preconceitos e intolerância religiosa, mas, a caminhada está apenas começando e com união no amor, a vitória se estabelece sobre cada obstáculo que se apresentar. "Temos muitos sonhos a serem realizados. Nos amamos, vivemos nossa vida sem incomodar ninguém e temos apoio da nossa Família", destacou.
Por fim, conta que o casal passou por "uma barra" quando Gennyfer adoeceu, precisou ser transferida para Cruzeiro do Sul e Rio Branco. "Ver a pessoa que amamos nessa situação, faz agente repensar toda nossa vida e poder realizar esse sonho dela depois de toda tempestade que passamos é uma alegria imensurável. Quanto aos planos para o futuro, vamos deixando nas mãos de Deus porque ele sabe de todas as coisas e ama seus filhos acima de tudo", concluiu Glória.
O PRIMEIRO CASAMENTO HOMOAFITIVO EM TARAUACÁ, FOINO ANO DE 2012
O primeiro casamento homoafetivo realizado em Tarauacá foi no ano de 2012 entre as servidoras públicas da Caixa Econômica Federal (Agência Tarauacá), que viviam juntas há 8 anos.
A Baiana Tânia e a pernambucana Kita, duas nordestinas que migraram para São Paulo, se conheceram pela internet e vieram para o Acre para trabalhar na Caixa Econômica Federal. Disseram que conheceram o Acre por meio das entrevistas de Jorge Viana e pela história de luta de Chico Mendes. A escolha por Tarauacá aconteceu em decorrência do concurso público para ingresso na Caixa Econômica Federal.
Também afirmaram, na época, que apesar da resistência de pessoas, instituições preconceituosas e intolerantes sobre o tema, elas superam tudo pelos sentimentos de respeito, amor, confiança, dedicação e felicidade. "Fomos bem acolhidas pelos tarauacaenses, estamos felizes e vamos compartilhar nossa felicidade com muito amor e respeito a esse povo querido", afirmou KIKA.
O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu legalmente as uniões entre pessoas do mesmo sexo. Devem ser aplicadas a esse tipo de relação as mesmas regras da união estável heterossexual, prevista no Código Civil.
Em 2013, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) emitiu uma resolução que determinava a obrigatoriedade do registro civil e da conversão da união estável homoafetiva em casamento civil em todos os cartórios do país, garantindo assim o direito ao casamento para casais do mesmo sexo.
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