VEXAME NO ANIVERSÁRIO DE TARAUACÁ

"Sobre a suspensão e liberação do show 

Primeiro, precisamos saber que, os princípios baziladores que orientam a Administração Pública são: Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. ACP apresentada pelo Ministério Público, acatada pelo juíz, mostrou que a Prefeitura não atendeu nenhum desses requisitos na contratação do cantor. O Gestor Público não pode fazer gastos como lhe convém. Precisa obedecer as leis. 

O papel do Ministério Público está definido pela Constituição Federal, que é defender a ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais. O Ministério Público vem agindo no sentido de defender os interesses da população, no caso do show, entendeu que esses interesses não estavam sendo atendidos. A bem da verdade, a ação do Promotor foi reconhecida pelo juíz como legítima e assim decidiu em duas oportunidades, suspender o show. 

A única responsável pelo vexame, chama se Administração de Tarauacá, que vem insistentemente tentando fazer na gestão pública, ilegalidades, uma atrás da outra. A sociedade de Tarauacá, por uma questão Moral e de Justiça, deve parabenizar o Ministério Público do nosso do nosso município, entender que sem essa instituição séria que funciona e cumpre sua função, não temos a quem recorrer. 

A decisão da Desembargadora, na calada da noite, solapou a possibilidade de reversão da sua decisão pelos seus próprios pares e pelo STJ, pois o show já foi realizado, e o dinheiro público já foi torrado. O palco já estava montado para shows há três dias, e com o cancelamento judicial, a Prefeitura não teria de pagar qualquer multa contratual. Mais uma vez, o TJ/AC deu um tapa na cara da sociedade tarauacaense, assim como fez quando cassou a decisão do juiz que determinou a realização de concurso público, justamente, para evitar o nepotismo e a troca cargos por favores políticos. 

Quem conhece Tarauacá, sabe das dificuldades que passa a maioria da população, com a falta de ruas, esgotos, água, moradia e com a precarização dos serviços públicos de Saúde, Educação e Políticas de atenção ao Produtor Rural. Sem contar que temos uma Juventude ávida por oportunidade, mas que não encontram na atual gestão de Tarauacá, nenhuma porta aberta. 

O que assistimos é um escancarado Nepotismo, uma gestão voltada para interesses de um pequeno grupo e quase nenhuma sensibilidade com os dilemas da nossa gente. Convivo diariamente com o sofrimento das pessoas, não sei porque é difícil algumas pessoas entenderem isso. 

O estranho é uma Desembargadora, numa segunda-feira, às 23:30h da noite, cassar uma liminar da Justiça de Tarauacá para fazer um show contratado de forma duvidosa, enquanto o povo sofre com a falta de saúde, água, emprego, moradia e infraestrutura urbana. Quase meia noite a Prefeita, Lucinéia Sérgio sobe ao palco e grita: " Querem ouvir uma surpresa? Quem é que é a mentirosa aí? Renanzinho vai cantar! Ganhamos o nosso recurso. Deus é fiel. Deus é fiel! Vamos aproveitar”. Será que foi mesmo Deus , prefeita? Será o divino santo agiu para povo de TARAUACÁ ouvir uma música de piseiro? E o sofrimento daqueles que precisam de saúde, água e alimentação, garantida na constituição e não têm por falta de sensibilidade do seu governo, quem INTERVÉM por eles? 

Entre tantos os pedidos de socorro que recebo diariamente do povo desassistido, ontem recebi uma ligação e um apelo dramático: Uma mulher humilde de Tarauacá que está com seu bebê há mais de 2 meses internado na maternidade de Cruzeiro do Sul, Recebeu alta, já apelou para Prefeitura, Governo do Estado, pelo seu retorno para casa, mas não conseguiu um "favor", isso não tem importância e urgência. Deus não é fiel e não tem piedade dessas pessoas? Menos hipocrisia! Vou deixar aqui contato da referida senhora para abençoar ela com a passagem.+55 68 9258-8230. Fabiana. 

Nada contra a festa e contratação de shows, a pergunta é: Qual o benefício que a população obteve no Aniversário da Cidade? A gestão municipal não inaugurou um Posto de Saúde, uma Escola, uma só rua. Nenhuma ação para melhorar vida da população".

Escrito por Chagas Batista