Operação foi alinhada quando Marina Silva cumpria agenda na Suíça. Há indícios da inserção de dados falsos no DOF. Desmatamento correu frouxo em pleno inverno amazônico.
O que a bancada federal do Acre, comandada pelo senador Alan Rick (UB-AC) vai levar como argumento para o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, amanhã, em Brasília, na tentativa de desembargar áreas em propriedades rurais dos municípios de Acrelândia, Manoel Urbano, Feijó e Tarauacá, é uma incógnita. As manifestações de alguns deputados federais sobre a crise que se instalou no setor produtivo foram marcadas por discursos de pura conotação política.
Tecnicamente, o que o Ibama deverá apresentar aos parlamentares do Acre e dos estados do Amazonas e Rondônia, convidados para aumentar a pressão junto ao governo federal, são provas de uma devassa nas florestas da região em pleno inverno amazônico.
Segundo a reportagem apurou, as imagens que apontam para crimes ambientais em mais de 200 propriedades rurais foram captadas por satélites, inteligência artificial que permite comparação de uma mesma área desmatada em 24 horas.
Outra situação que agrava o processo contra os fazendeiros atingidos pela operação do Ibama no Acre é que a maioria é reincidente, tem muitas sobre multas, e deveria cumprir medidas mitigadoras para o controle ambiental.
Para um especialista em legislação ambiental procurado pela reportagem – que pediu para não ter seu nome divulgado – diante da ficha ambiental analisada, a bancada federal não encontrará facilidades na audiência com o Ibama. “Os embargos são legais. O cancelamento desses processos depende da devida comprovação da regularização ambiental de cada imóvel rural” acrescentou o especialista.
Ainda com relação a multas, a reportagem teve informações de que o Ibama trabalha uma outra frente de atuação que vai identificar prescrições e punições anuladas pelo governo Bolsonaro.
Setor madeireiro precisa provar operações legais
Com relação ao bloqueio de pátios de indústrias madeireiras no Acre, a situação não é diferente. Há indícios de inclusão de dados falsos no sistema DOF, com o objetivo de respaldar o transporte/armazenamento irregular de produtos florestais.
As empresas têm prazos para a apresentação de documentos que comprovem transparência nas suas atividades. A falta de recursos humanos para essa fiscalização preocupa o setor que vem amargando sérios prejuízos há mais de uma semana.
Marina está na China
A ministra Marina Silva integra a comitiva Presidencial a República Popular da China. Entre os convidados, o governador do Pará, Helder Barbalho, é um dos integrantes da comitiva liderada pelo presidente Lula. O Pará foi o segundo estado que mais desmatou a Amazonia nos primeiros cem dias do ano.
Da Redação do Notícias da Hora
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