Por Altamiro Borges - Nestes dias trágicos e tensos relacionados aos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Philips, a hidrófoba bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) disparou nos “top trends” do Twitter. Mas não foi por motivos humanitários. Em entrevista à GloboNews, o ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, acusou a deputada federal de integrar a "bancada do crime” e de ser “financiada por madeireiros” da região amazônica.
Segundo o delegado, que foi exonerado do seu cargo pelo sinistro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, é difícil conter os crimes ambientais no país porque os desmatadores “têm boa parte dos políticos no bolso”. Ele deu os nomes de vários deles. “Veja de onde saiu grande parte dos parlamentares do Centrão. São financiados por esses grupos. [Os senadores] Zequinha Marinho, Telmário Mota, Mecia de Jesus. O Jorginho Melo, de Santa Catarina, mandou ofício e a Carla Zambelli foi lá defender os madeireiros. Temos uma bancada do crime, de marginais, de bandidos”.
Alexandre Saraiva ainda desafiou na GloboNews: “Sabe qual é a maior prova de que estou falando a verdade? Eu já falei isso várias vezes e eles nunca me processaram. Eu tenho dois carrinhos de supermercado de prova”. Diante da denúncia, a deputada bolsonarista jurou que processará o delegado da Polícia Federal, segundo informa o site UOL. “Ele é um pré-candidato tentando criar manchete para aparecer. Será acionado judicialmente”, afirmou. Será que vai topar essa briga?
Vacinação e ameaças de morte
A oportunista adora uma treta. Em pleno auge da pandemia, Carla Zambelli usou a internet para orientar seus seguidores a não se vacinarem. Segundo noticiou a Folha na ocasião, “a integrante da tropa de choque de Jair Bolsonaro lançou um site com orientações para tentar driblar as exigências do passaporte vacinal de Covid-19 por escolas, creches e outros estabelecimentos”. A página da negacionista foi batizada de “Exijo Liberdade”. Patético e trágico!
Mais recentemente, no início de maio, a parlamentar bolsonarista se envolveu em um barraco com um estudante que produziu um vídeo denunciando as suas mentiras. O jovem Victor Carazzatto, de 18 anos, afirma que sofreu ameaças de morte nas redes sociais após entrevistar a deputada. Ele fez boletim de ocorrência numa delegacia de São Paulo. “Assim que o vídeo começou a viralizar, começaram as ameaças”, explicou o jovem à imprensa.