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O secretário do Tesouro, Paulo Valle, disse que uma decisão sobre aumentos para funcionários públicos era esperada até junho |
SALÁRIOS – O aumento seria dado a partir de julho e custaria cerca de R$ 5 bilhões para os cofres públicos em 2022. O reajuste geral esbarra, no entanto, no limite estabelecido pelo teto de gastos.
Diante da mobilização crescente no funcionalismo público, setores do governo agora estudam a concessão de um reajuste de 5% para todos os servidores do Executivo federal em ano eleitoral. O aumento seria dado a partir de julho e custaria cerca de R$ 5 bilhões para os cofres públicos em 2022.
Seria uma “alternativa” para tentar distribuir de forma mais equânime o aumento de salário reivindicado por servidores de diversos órgãos públicos, como Receita Federal, Banco Central e Tesouro Nacional, que fizeram paralisações e intensificaram o movimento nas últimas semanas depois de o presidente Jair Bolsonaro prometer no ano passado aumentar os vencimentos apenas de policiais federais.
O reajuste geral esbarra, no entanto, no teto de gastos (regra que atrela o crescimento das despesas à inflação), que hoje não tem espaço para novas despesas. Na semana passada, a equipe econômica bloqueou R$ 1,7 bilhão em gastos de 2022 para não romper o limite fiscal. Ou seja, para dar aumento de pessoal, R$ 5 bilhões de despesas teriam de ser cortadas para não ultrapassar o teto.
Para o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, o reajuste de 5% seria insuficiente para repor as perdas dos últimos anos e “uma verdadeira afronta” aos servidores.
Os servidores passaram a exigir reposições salariais depois que o presidente Jair Bolsonaro prometeu, no início do ano, reajustes para as polícias federal, rodoviária federal, além de agentes penitenciários. Os aumentos em estudo entrariam em vigor em julho, disseram as pessoas.
Por 2022 ser um ano eleitoral, o governo tem até abril para decidir sobre aumentos acima da inflação, mas esse prazo é maior se os reajustes ocorrerem abaixo da inflação, que segue acima de 10% anuais.
0% anuais. O secretário do Tesouro, Paulo Valle, disse nesta quarta-feira que uma decisão sobre aumentos para funcionários públicos era esperada até junho, acrescentando que qualquer medida teria que ser alinhada em todos os setores para evitar que a greve dos trabalhadores se agrave.
Servidores de diversos órgãos públicos fizeram paralisações e intensificaram o movimento nas últimas semanas.