Seis em cada 10 homens no Brasil só procuram um médico quando os sintomas estão insuportáveis. Esse é o tamanho do desafio da campanha Novembro Azul, que completa 10 anos no próximo mês e busca conscientizar o público masculino sobre a necessidade da prevenção em saúde. O que inicialmente era uma campanha contra o câncer de próstata, hoje abarca todas as principais doenças que acometem os homens, como doenças cardiovasculares ou o pouco falado câncer de pênis.
O Instituto Lado a Lado pela Vida, que lidera a campanha do Novembro Azul, divulgou nesta quarta-feira uma pesquisa que entrevistou 1.800 homens do Brasil, México, Colômbia e Argentina. Entre os demais países latino-americanos, a taxa de homens que só procuram médico após os sintomas ficarem insuportáveis é ainda maior, de 7 a cada 10 pessoas.
A médica e presidente da organização, Marlene Oliveira, destacou que esses dados refletem o que eles observam nos sistemas de saúde. Segundo ela, as ações preventivas são cruciais para a saúde do homem.
Hoje, 3 de novembro, a campanha de Novembro Azul vai lançar um 0800 só para os homens tirarem dúvidas sobre saúde.
A presidente do Instituto, Marlene Oliveira, destacou ainda a importância de se falar do câncer de pênis que, segundo a especialista, leva a 1.600 amputações ao ano, com incidência maior nas regiões Norte e Nordeste.
A campanha do Novembro Azul de 2021 tem como mote a frase “Cuide do que é seu” e alerta a população masculina que 11% dos homens vão desenvolver o câncer de próstata e, por isso, é preciso prevenir e fazer exames periódicos.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens sem fatores de risco ou sintomas procurem um médico a partir dos 50 anos para fazer uma avaliação. No caso de pessoas com fatores de risco, como ser da raça negra ou ter parente de primeiro grau com câncer de próstata, a avaliação médica deve ser feita a partir dos 45 anos.
Em 2020, o câncer de próstata foi diagnosticado em mais 65 mil homens e quase 16 mil pessoas perderam a vida para essa doença em 2019, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer.
Da Agência Brasil