O consórcio para derrubar o Gladson


A antiga oposição, hoje no poder, pode estar desperdiçando a oportunidade ímpar de ficar, senão 20 anos, como a Frente Popular ficou, mas uns 12 anos, folgados, mandando em tudo, revezando governo, senado… Mas o que se desenha foge cada vez mais desse panorama. As razões para tão pessimista conjectura é que os acontecimentos ultrapassam as obviedades. Ao invés de unir, juntar, consolidar, solidificar, o time que ganhou em 2018 está se despedaçando, como bolo em fim de festa. Não precisa ser cientista político para enxergar essa realidade, porque a notícia se espalha como a praga em função da indiscrição dos atores.

O levante é típico de egos inflados e, por isso, o atropelo é geral.
A política se repete desde que os Gregos a criaram, por volta de seis séculos antes de Cristo. Um grupo cai enquanto o rival sobe. É normal o revezamento, mas antecipa-lo não é razoável e nunca foi corriqueiro ao longo da história.

Poucos governos caíram muito cedo. No Acre, a antiga oposição parece interessada em bater esse vergonhoso recorde. Conspira contra si mesma. Desde cedo se consórciou para derrubar seu próprio líder, o governador. Está incomdada, pelo visto, com o sorrisão dele, com a popularidade adquirida por meio de um esforço quase sobrenatural, porque não existem outras razões, pelo menos capazes de ser enxergadas a olho nu.


Ao estabelecer esse consórcio do mal para derrubar um aliado, cujo nome foi usado em 2018 para romper a capitania hereditária de uma família – nenhum outro tinha chance -, os conspiradores parecem nem se dar conta da armadilha contra si próprios. Não se sabe se de propósito ou inocentemente, mas estão acordando, ressuscitando, recolocando no jogo um inimigo tão bem abatido cujo ressurgimento era improvável, a esquerda acreana com seu orquestrador, o PT.

Antes da eleição para prefeito, em 2020, um dirigente da antiga Frente Popular admitiu a este repórter estar ciente da distância entre eles e uma outra vez no poder, dadas as circunstâncias. Além dos números de pesquisas, me disse o sujeito: “nossa maior liderança (Jorge Viana) não pode dar mais nem opinião. É só ele se manifestar nas redes sociais que vem às críticas pra cima dele em formas bem agressivas”. Menos de seis meses depois de ouvir isso, o mesmo dirigente tem outra visão, bem menos pessimista. A antiga oposição, segundo ele, tem recolocado a esquerda em situação de sentido bem antes do esperado. Já se fala até em candiatura ao governo, ao invés de uma parceria com o senador Sérgio Petecão, como se projetava há alguns meses.

Estou escrevendo aqui de Assis Brasil, onde aconteceu um macabro avant premiê em 2020 daquilo que pode suceder a nível de Estado em 2022. Por essas bandas, PSDB e PSD, que estavam no poder, sofreram da mesma vertigem, dado a seus egos inflados. O vice do prefeito Zum Barbosa, conhecido por aqui como Zé do Posto, do PSD, decidiu que era sua hora de virar prefeito.

Ninguém conseguiu demove-lo da estapafúrdia idéia. Resultado: disputou com o Zum e perderam os dois. Para quem eles perderam? Para o Professor Jerry, do PT, um concorrente que chegou a pensar até em desistir da disputa pela elementar razão da rejeição de seu partido. Caso não se renda aos seus caprichos e egos inflados, os “aliados” conspiradores do governador Gladson Cameli e seu consórcio vão ficar desempregados bem antes do tempo previsto.

Por Evandro Cordeiro
Jornalista e colunista

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