Governador disse que está fazendo sua obrigação de pagar, até de forma adiantada, e disse que quem está de barriga cheia e não precisar do dinheiro, basta deixa-lo no banco
Sempre alegre e sorridente, quase bonachão e bem ao estilo de seu falecido tio Orleir, o governador Gladson Cameli saiu do sério na última segunda-feira (14), em Senador Guiomard, ao falar, pela primeira vez, das críticas que ele e seu Governo vêm recebendo pelo adiantamento de 50% do 13º salário dos servidores públicos, agora no mês de julho. No momento em que o governo começa a se movimentar para pagar, além da folha do mês de julho, o 13º salário atrasado do governo anterior e 50 % do 13º salário de 2019, pondo em circulação mais de R$ 360 milhões, o governador e o próprio Governo passaram a ser atacado tanto por políticos como pelos representantes dos sindicatos da categoria dos servidores públicos e isso irritou o chefe do Executivo.
Um dos poucos a sair em defesa do governo, sendo capaz de até de elogiar o governador pela decisão de adiantar metade do 13º salário dos servidores públicos, foi o presidente Associação Comercial (Acisa), Celestino Oliveira. Ele elogiou Gladson Cameli pela decisão de pagar os servidores em julho a fim de que o dinheiro possa circular durante os nove dias da Expoacre. “Esta notícia foi de fato animadora para o início do segundo semestre, pois, não contávamos com esta receita para aquecer o comércio no meio do ano. Nós, enquanto representantes da classe empresarial continuamos otimistas no que diz respeito à economia do Estado. Atitude bastante louvável do governador em tomar esta decisão nesse momento”, disse Celestino.
Mas, foi só. Na outra ponta, ativistas políticos como a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, e o vereador por Rio Branco Carlos Juruna, que representa camelôs e pequenos comerciantes, têm sido os principais críticos do governador pela antecipação de metade do décimo terceiro.
Segundo esses críticas, o dinheiro que está sendo adiantado agora pelo governador fará falta, tanto aos servidores e ao comércio, por causa das comemorações das festas de Natal e Ano Novo. Um dos mais ácidos críticos da medida anunciada pelo governador é o vereador Juruna.
Numa solenidade em Senador Guiomard, o governador Gladson Cameli aproveitou a oportunidade para devolver as críticas aos adversários. De forma dura disse que aqueles que não precisarem ou não quiserem gastar o adiantamento só têm que deixar o dinheiro no banco. “Eu estou minha parte, minha obrigação, que é pagar, e até de forma adiantada. Agora, se tem gente de barriga cheia, que não precisa de dinheiro, é só não receber”, disse Gladson Cameli, visivelmente chateado.
Por Tião Maia
Do Juruáemtempo