FEIJÓ: GISLAYNE SILVA, A NOVA PSICÓLOGA DO MUNICÍPIO - "Vendi brigadeiro e minha mãe vendeu sopa para eu poder me formar"


Conheça a história da mais nova Psicóloga de Feijó .

Gislayne Silva de Abreu, 24 anos, natural de Feijó, filha de Francisco Romualdo de Abreu e M° Marizete Dourado da Silva, acaba de se formar em psicologia e escreve sobre sua luta e de sua família para conseguir esse objetivo.

"Eu havia feito o vestibular em 2013. Passei em 2° Lugar. Mas não tinha condições de bancar. A renda do meu pai, professor, era 50,00$ mais alta do que o FIES pedia, e minha mãe era desempregada. Então não ingressei. Decidi então vir embora. 

Saí de Feijó só com algumas roupas, atrás de um trabalho, para que eu mesma, na época, conseguisse financiar em meu próprio nome, ja q nossa renda não dava certo com as primeiras regras do FIES. Até que consegui. 

Fui recepcionista na ANATEL, me mudei para a casa de um amigo da família, que não me cobrava aluguel, comecei a juntar o dinheiro e mais uma vez fui tentar o vestibular. 

Em 2014, fiz mais uma vez o vestibular para Psicologia, passando em 4° lugar. Foi quando consegui, com meu trabalho, ser minha própria fiadora, fazendo minha matrícula e ingressando de vez na Faculdade pelo curso de Psicologia. 

Ainda morando com o amigo da família, comecei a ter muita dificuldade para conciliar trabalho, morar de favor. Foi então que pedi aos meus pais que me tirassem de lá que eu ajudaria no que precisasse das despesas. 

Em 2015, saí da casa e passei a morar sozinha. No entanto, no mesmo ano, fui demitida do trabalho juntamente com mais 10 pessoas. Fiquei sem saber o que fazer. Foi então que minha tia, Marleyde Dourado, me deu a oportunidade de aprender a fazer doces e empadas. Fizemos um acordo e começamos a produzir para que eu pudesse levar para as aulas e vender e ajudar meus pais com as despesas.  Minha mãe por sua vez, enquanto eu vendia aqui brigadeiros e empadas, em Feijó, ela vendia Sopa e Refrescos, para também me ajudar. 

E foi assim que eu consegui praticamente concluir a Faculdade. Em época de Páscoa, eu fazia ovos trufados e ovos de colher, para ter mais uma rendinha que os ajudasse. 

As vendas das Sopas, brigadeiros, empadas e dos Ovos de Páscoa, praticamente cobriram todas as despesas de xerox, trabalhos, banners e impressões dessa jornada.

Minha mãe hoje é tem marcas de queimaduras nas mãos. Chego a me emocionar toda vez que comento isso. Porque a nossa família sempre se ajudou. Nunca me negaram nada, mesmo sem ter de onde tirar.

E hoje? 

Bom, hoje é só GRATIDÃO. 

Pensei muitas vezes em desistir, mas, nunca tive coragem de abrir mão da minha paixão pela Psicologia. 

Enfim, Formei.

obrigado a todos, especialmente minha familia".

Gislayne Silva de Abreu
Psicóloga

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