Trabalhar em um órgão federal é o sonho para milhares de brasileiros. Afinal, com isso é possível conquistar a tão desejada estabilidade empregatícia e ainda ser bem remunerado para atuar no cargo. Diversos concursos estão em pauta para 2019 e, juntos, somam pelo menos 273.130 vagas. São oportunidades para os níveis médio e superior de ensino com remunerações que chegam ao valor de R$ 17.885,54, sem contar os diversos benefícios oferecidos. A grande maioria depende de autorização do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG), que passará a se chamar Ministério da Economia a partir de 1º de janeiro de 2019. É grande a expectativa de que o ministro da Economia não demore a liberar os avais, ainda mais que os órgãos sofrem com uma grande defasagem de pessoal, o que afeta gravemente os serviços prestados à população.
EXPECTATIVA
Um dos certames mais aguardados é o do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O órgão aguarda liberação de 7.888 ofertas distribuídas entre os cargos de técnico do seguro social, analista do seguro social e perito médico previdenciário. Outras seleções esperadas são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Federal do Brasil (RFB). Sendo que o maior quantitativo de vagas é para o IBGE, que pretende abrir 1.800 postos efetivos e 250.000 temporários para o censo demográfico.
Concursos federais previstos para 2019
– Advocacia-Geral da União
A Comissão de Administração e de Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 6.788/2017 que visa a criar 3.000 vagas na AGU. Destas, 1.000 são para o cargo de técnico de apoio à atividade jurídica, que pede ensino médio, e 2.000 para analista técnico de apoio à atividade jurídica, de nível superior. Os iniciais básicos são de R$ 4.669,35 para técnico e R$ 6.985,34 para analista.
Além da remuneração básica, os aprovados no concurso contarão com gratificação de desempenho e gratificação específica de apoio técnico administrativo. Os servidores terão até 20 pontos de avaliação de desempenho individual e até 80 pontos para avaliação de desempenho institucional. A soma das avaliações individuais e institucionais serão multiplicados pelo valor do ponto, para então definir o total que será acrescido à remuneração básica do servidor. A jornada de trabalho, para os dois cargos, será de 40 horas semanais.
– Aneel
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pretende realizar seleção para o preenchimento de 148 ofertas. Do total de vagas, 78 destinam-se à carreira de técnico administrativo, 39 para analista administrativo e 31 para especialista em regulação de serviços públicos de energia. A função de técnico requer certificado de ensino médio expedido por instituição reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC), enquanto as demais aceitam candidatos com formação superior em diversas áreas de atuação.
As remunerações iniciais oferecidas pelo órgão correspondem a R$ 6.147,52, R$ 11.529,29 e a R$ 12.432,49, respectivamente, já contando com o auxílio-alimentação de R$ 458.
– Banco Central do Brasil
O órgão aguarda autorização para abrir concurso com 220 oportunidades distribuídas entre os cargos de analista e procurador. Ambos exigem ensino superior completo e apresentam remuneração inicial de R$ 16.286,90 e R$ 17.788,33, respectivamente.
O processo seletivo é que precisam ser realizados urgentemente devido à grande defasagem de pessoal. No momento, existem mais de 2.000 postos vagos, sem contar com as futuras aposentadorias, ou seja, cerca de 36% do quadro de pessoal do Banco Central não está preenchido.
– DPU
Já está no Plenário para ser votado na Câmara dos Deputados, o projeto de lei 7.922/2014, que cria 2.751 vagas para a Defensoria Pública da União (DPU). Destas, 1.659 são para analista, de nível superior, e 1.092 para técnico, de nível médio. As remunerações iniciais são de R$ 4.363,94 para técnico e R$ 7.323,60 para analista.
– IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) segue na espera pela liberação do certame com 1.800 vagas efetivas. Das oportunidades, 1.200 são para técnico em informações geográficas e estatísticas e outras 600 para a carreira de analista de planejamento, gestão e infraestrutura em informações geográficas e estatísticas. A primeira posição requer nível médio e tem salário de R$ 3.890,87, enquanto a outra necessita de formação superior e apresenta vencimento de R$ 8.213,07.
O presidente do órgão, Roberto Olinto, tem enfatizado várias vezes a urgência da realização do certame e ainda alertou: “sem concurso e sem plano de carreira a história do IBGE pode se encerrar ou pode se tornar um pouco melancólica em função da nossa impossibilidade de realizar determinadas pesquisas”.O presidente Roberto Olinto anunciou, no final de 2018, a previsão de que o próximo censo demográfico deve contratar 250.000 profissionais temporários em todo o país. No momento, o IBGE depende apenas da autorização ministerial para que possa tirar do papel o concurso com chances para os níveis fundamental, médio e superior.
– Ibama
O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é um dos diversos institutos federais que pretendem abrir seleção no decorrer de 2019. Seu último pedido é para o preenchimento de 1.888 ofertas distribuídas entre as carreiras de técnico administrativo (ensino médio), analista ambiental (superior) e analista administrativo (superior).
Atualmente, as remunerações iniciais correspondem a R$ 3.712,72 para técnico e a R$ 7.760,45 para analista. Nesses valores já está incluso o auxílio-alimentação de R$ 458.
– Inmetro
Com várias movimentações ao longo de 2018, o pedido do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) deve ser para 435 vagas. Do total, 131 são para assistente em metrologia e qualidade, 91 para técnico em metrologia e qualidade, 13 para especialista em metrologia e qualidade, 139 para pesquisador-tecnologista em metrologia e qualidade e 61 para analista em metrologia e qualidade.
As funções de assistente e técnico se destinam aos profissionais com ensino médio completo e/ou curso técnico. Já os cargos de analista e pesquisador exigem formação superior, enquanto a posição de especialista requer doutorado há pelo menos dez anos.
Os salários iniciais oferecidos correspondem a R$ 4.432,82 para técnico, R$ 4.716,42 para assistente, R$ 8.884,88 para analista e pesquisador e a R$ 17.885,54 para especialista.
– INSS
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é um dos órgãos federais com maior defasagem de pessoal. A Fenasps (Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) já declarou que existe um déficit de pelo menos 16 mil servidores. O último pedido do instituto é para 7.888 postos, sendo 3.984 referentes ao cargo de técnico (área meio), 1.692 a analista (diversas formações) e 2.212 a perito. Os vencimentos correspondem, na sequência, a R$ 5.344,87, R$ 7.954,09 e a R$ 8.988,41.
A função de técnico é uma das mais buscadas por exigir apenas ensino médio, enquanto o analista aceita profissional com nível superior em qualquer área e o perito requer graduação em medicina.
– PRF
Após divulgar o edital de seu concurso público, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) já anuncia o interesse em realizar nova seleção no decorrer de 2019. De acordo com o diretor-geral da corporação, Renato Dias, a oferta deverá ser muito maior que as 500 vagas oferecidas no certame em andamento. Para concorrer ao cargo de policial rodoviário federal é necessário possuir nível superior em qualquer área e carteira de habilitação a partir da categoria “B”. A remuneração inicial é de R$ 9.931,46.
– Receita Federal do Brasil
A última solicitação do órgão é para 5.000 oportunidades, sendo 3.000 de analista-tributário de 2.000 de auditor-fiscal. O número foi revelado pelo diretor do Departamento de Relações de Trabalho no Serviço Público (Deret/SGP), Paulo de Tarso Cancela Campolina de Oliveira.
Os dois cargos destinam-se aos concurseiros com formação superior em qualquer área de atuação, sendo que o inicial é de R$ 9.714,42 para analista e de R$ 16.201,64 para auditor.
Sindicatos da categoria demonstraram grande preocupação por conta da falta de servidores. O levantamento mais recente, de agosto de 2018, Receita Federal tem 21.237 postos em aberto, número em constante crescimento. Do déficit de servidores, 11.197 são de auditores e 10.040 de analista. A situação pode ficar mais crítica, ainda mais que cerca de 20% do pessoal já está apto a se aposentar.
(Jornal dos Concursos)