*Pedro Rubens Pereira Junior.
No dia 29 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Coração. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são as principais motivadoras de mortes no mundo. Cerca de 17,5 milhões de pessoas são vítimas desse problema todos os anos. Por isso, o coração exige uma atenção redobrada, principalmente, nos momentos de fortes emoções.
A capacidade emocional é aflorada de diferentes formas em cada ser humano. Medo, perdas, nascimentos, datas comemorativas, fim de campeonato do time de futebol e até a prática intensa de exercício físico podem despertar muita emoção e taquicardia, fazendo com que o corpo reaja como se estivéssemos em situação de perigo. Nesses casos, ocorrem diversas modificações hormonais, que são estimuladas, principalmente, pela liberação de adrenalina.
Entre os efeitos da adrenalina, pode-se destacar a redução do diâmetro das veias e artérias, o que aumenta o fluxo de sangue em órgãos nobres como o cérebro e o coração, que passa a bater mais rápido e com mais intensidade. O aumento da frequência cardíaca e da força da contração provoca uma maior necessidade de nutrientes e de oxigênio. Assim, caso o indivíduo sofra o estreitamento das artérias do coração, ele não conseguirá suprir essa necessidade maior de energia, o que pode desencadear em muita dor no peito (angina pectoris) ou até mesmo um infarto agudo do miocárdio.
Independentemente do momento, é preciso cuidar do coração sempre. Visitas de rotina ao cardiologista são essenciais para manter a saúde em dia e obter ou ajustar medicações para hipertensão arterial (HAS), insuficiência cardíaca, arritmias, doença arterial coronariana, entre outras.
É aconselhável não exagerar no sal, na gordura e redobrar os cuidados com bebidas alcoólicas, pois esses componentes funcionam como estimulante, o que pode piorar os quadros hipertensivos, arritmias e infartos, e também como um vasoconstrictor (provoca a diminuição do diâmetro das veias e artérias).
Portanto, sempre fique atento aos seguintes sintomas: palpitações, tontura, dor no peito, mal-estar e ansiedade excessiva. Caso identifique algum deles, busque um médico o quanto antes para esclarecer o quadro e evitar problemas mais graves.
*Pedro Rubens Pereira Junior é coordenador de Cardiologia do Pronto Atendimento adulto do Hospital San Paolo, Centro hospitalar da Zona Norte de São Paulo (SP).