Câmara de vereadores em Tarauacá adia início de sessões devido à cheia

Devido à cheia, vereador solicitou que início de sessões na Câmara de Tarauacá fossem adiadas de 1 para 7 de fevereiro (Foto: Charles Souza/Arquivo pessoal)
G1/Acre - A Câmara Municipal de Tarauacá, distante 400 km da capital Rio Branco, deve adiar o início das sessões, que deveriam começar no dia 1º de fevereiro, para o dia 7 devido à cheia dos rios Muru e Tarauacá, que já atinge 16 mil pessoas, segundo dados da Defesa Civil divulgados nesta terça-feira (31).

Ao G1, o presidente da Câmara, Carlos Tadeu Lopes da Silva (PCdoB-AC), informou que já tem conhecimento do documento e que deve publicar, ainda nesta terça, o cancelamento início das atividades e a nova data para que os vereadores voltem a atuar.

"Fechamos a Câmara hoje [terça, 31], e colocamos todos à disposição dos atingidos", destaca.

O vereador Francisco Filho (PSD-AC), autor do pedido de adiamento, diz que os que os parlamentares estão atuando como voluntários na alagação. Ele afirma que o adiamento é necessário para que toda a equipe da Câmara permaneça auxiliando os vítimas.

"Deveríamos começar os trabalhos, mas nesse momento a população precisa de ajuda e essa é a nossa missão. Seremos muito mais úteis auxiliando as pessoas atingidas e poderemos iniciar nosso trabalho com a sensação de dever cumprido", finaliza o vereador.

Enchente do Rio Tarauacá em 2017

A cheia dos rios em Tarauacá continua afetando os moradores do interior do estado. Segundo a Defesa Civil nesta terça (31), o número de pessoas atingidas pelas inundações dos rios Muru e Tarauacá, que se encontram na cidade, chega a cerca de 16 mil. O número de famílias ainda não foi contabilizado.


Nesta terça, de acordo com o órgão, o nível do Rio Tarauacá marcou 10,60 metros, ultrapassando 1,1 metro da cota de transbordamento, que é de 9,50 metros . A cota de alerta do manancial é de 8,50 metros. Ainda segundo a Defesa Civil, como os rios se encontraram, o nível do Rio Muru não é monitorado.

Os primeiros bairros a serem atingidos pelas águas em Tarauacá foram o Triângulo e Senador Pompeu, também conhecido por bairro da Praia. O nível do manancial atigniu o local após uma chuva de 40 milímetros no dia 29 de janeiro quando o Rio Tarauacá ultrapassou a cota de alerta, que é de 8,50 metros, e registrou 10,20 metros na medição das 12h.

No último dia 11 deste mês, as águas subiram 73 centímetros em 6h e marcaram 8,86 metros. Um dia depois, o rio apresentou vazante de mais de um metro, chegando a 7,70 m. No mesmo dia, as águas voltaram a subir e marcaram 8,38 metros

No dia 16, o nível do rio voltou a subir e ultrapassar a cota de alerta. O Corpo de Bombeiros da cidade informou que o nível do afluente estava em nove metros.

Já no dia 18, as águas do manancial marcaram 9,20 metros e atingiram o primeiro bairro da cidade. Porém, os moradores do bairro Senador Pompeu resolveram permanecer no local. No mesmo dia, uma árvore caiu em cima de uma embarcação, com 15 pessoas da mesma família e uma adolescente de 15 anos morreu.

Enchentes históricas

A cidade de Tarauacá enfrentou uma série de enchentes históricas há dois anos. Foram 12 ocorrências entre novembro de 2014 e março de 2015.

O ex- prefeito da cidade, Rodrigo Damasceno (PT-AC), chegou a decretar estado de calamidade pública em novembro de 2014. O nível do rio ultrapassou os 12 metros e atingiu mais de 70% da cidade.

Em dezembro do mesmo ano, o governo federal liberou R$ 794 mil para cobrir despesas com atendimentos às vítimas da enchente. Em fevereiro de 2015, o ex-prefeito afirmou que a prefeitura estimava um prejuízo de 40 milhões na zona rural e urbana. Já em março de 2015, a União liberou R$ 1.033.210 para a cidade, que deveria ser usado na execução de ações de socorro e assistência.

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