Repórter Luciano Tavares entrevista Jenilson Leite (Foto Jardy Lopes) |
Luciano Tavares/ac24horas- Quando assumiu a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa há dois anos, o deputado estadual Jenilson Leite (PCdoB) estabeleceu um novo formato de condução: diálogo com os mais variados setores sobre os projetos em tramitação na Casa, já que é a CCJ, a mais importante Comissão do parlamento, responsável pela análise da constitucionalidade de todas as matérias em tramitação no Legislativo.
Matérias como a do reajuste do ICMS de bebidas e cosméticos foram, antes mesmo de irem a plenário, debatidas com os empresários a convite do deputado.“Foi um ano em que a CCJ cumpriu o seu papel. Um ano em que tivemos como meta não aprovar nada no afogadilho. Antes de aprovar qualquer projeto tivemos o cuidado de discutir com os setores interessados, quer seja o Executivo, o Legislativo, o Judiciário”, analisa o comunista.
Outro exemplo foi a devolução à Casa Rosada da PEC que previa a retirada da licença-prêmio e sexta parte. Discussões no âmbito da CCJ permitiram que a proposta fosse retirada da Casa.
“A do ICMS nós comunicamos, chamamos a classe empresarial na Assembleia, depois foram ao governo do Estado, ouvimos, e não aprovamos sem que a classe, a associação do comércio fosse ouvida. Pactuamos. Em relação a PEC que previa a mudança na licença-prêmio, ela não foi votada. Inclusive quando ela chegou na Assembleia colocamos para ser discutida em fevereiro do ano que vem. Nós tramitamos, teve um PL, que é um Projeto de Lei, que tramitou na Assembleia, logo quando nós percebemos tratava-se também dessa situação, que esse projeto tratava de mudança de nomenclatura, não teve tramitação terminativa, não foi aprovado também. Isso é uma demonstração de que nós temos dialogando de uma maneira muito clara com os interesses da população”, lembra.
Aleac: interiorização das ações
A CCJ também foi ao interior do Acre. Nas 18 audiências públicas para debater nos municípios do estado questões como saúde, educação, segurança e setor agrário, a comissão presidida por Jenilson Leite estava presente.
“Nesses últimos dois anos a gestão do presidente Ney gerou um ambiente em que as comissões da Assembleia Legislativa se deslocaram muito para o interior. Nós tivemos somente este ano 18 audiências públicas no interior. E essas audiências foram para dialogar com os diversos interesses da população.”
“Ao meu modo de ver você só pode dizer que é um representante do povo quando vai lá para ouvi-lo. E no meu modo de ver, esse formato construído pelo presidente Ney Amorim de dar liberdade as comissões possibilita isso.”
PC do B e estilo de mandato
Afeito ao diálogo e mediação, Jenilson Leite, que também é médico infectologista, é de personalidade amena, diferentemente dos seus antecessores comunistas no parlamento estadual, Edvaldo Magalhães e Moisés Diniz. Pelo menos ao que parece, um jeito inédito de ser de um deputado do PCdoB. Nisso ele concorda. “Cada um tem um estilo de atuar. Eu tenho uma característica de sempre mediar os problemas e não criar mais problemas em cima de um que já existe.”
” Eu tenho um perfil de personalidade mais de mediação. Nós estamos numa conjuntura muito difícil. Não dá pra dar uma de valente numa conjuntura como essa. A gente não pode, diante de tudo que tá acontecendo, tentar explicar de maneira agressiva tudo que está acontecendo no Brasil. Não dá pra fazer defesas cegas”, pondera.
Sobre o PCdoB, Jenilson Leite avalia que 2016 foi um ano vitorioso. O partido conseguiu eleger 16 vereadores, um na capital, o médico Eduardo Farias, que deve se tornar líder do prefeito; e dois prefeitos, o de Jordão e Bujari.
“O PC do B volta ao cenário da política de maneira mais robusta. Nós temos hoje o deputado Moisés Diniz, um deputado qualificado que tem representando bem o povo do Acre. Dessa maneira olhamos para o futuro com otimismo e achamos que temos todas as condições de manter essa pegada de organização, de fortalecimento do partido e em 2018 nós temos que fazer a nossa parte.