ACRE: Número de agressões domésticas cresce no estado

98% dos casos são agressões entre homem e mulher

Maria das Graças está em liberdade, mas vai ter que responder a uma ação penal porque matou o marido. Na quinta-feira passada (11) ela acertou uma facada no peito do homem que por 13 anos viveu com ela.

Maria das Graças alegou que se defendeu de mais uma agressão. De acordo com ela foram vários anos apanhando, o marido por duas vezes foi condenado pela lei Maria da Penha como ela reatava o casamento, a fúria do marido nunca cessava.

Outra que entra para as estatísticas é Maria Aparecida que por pouco não perdeu a vida. O ex-companheiro não aceitou o fim do relacionamento e num ataque de fúria cortou um dos seios, furou o rosto e os braços de Aparecida que ainda está internada.

Os números da violência doméstica contra a mulher impressionam. O juizado da vara de violência doméstica trabalha com quase 4.000 processos, e ainda existem 6.000 inquéritos na Delegacia da Mulher que vão terminar em audiências.

Nos casos de agressão familiar existem: filho contra os pais, irmãos contra irmãos, mas em 90% dos casos, são entre marido e mulher. Para evitar uma ação mais violenta do homem, a justiça usa uma arma prevista na lei Maria da Penha que são as medidas protetivas.

Medidas

A juíza Shirlei Menezes, nem precisa ouvir Ministério Público ou o marido, todos os casos em que estão chegando ao juizado ela já determina de ofício as regras para que o homem saia de casa ou mantenha uma distância mínima de 200 metros da mulher.

Segundo a magistrada em quase 98% dos casos basta à separação para evitar um crime, mas sempre tem aqueles ex-companheiros que terminam chegando às ultimas consequências, tirando a vida da mulher. “Infelizmente não tem como evitar que todos os casos se transformem em um homicídio. No geral conseguimos com as medidas fazer com que muitos homens não cheguem mais perto da ex-mulher”, explicou.

Em casos onde o marido é reincidente, a juíza está tomando medidas mais fortes. Uma delas é pedir que a Polícia Militar faça visitas na casa da mulher ameaçada e fique de olho no agressor. Tem ainda um abrigo em Rio Branco onde são colocadas as mulheres que precisam sair de casa com os filhos. Há quase um ano a Vara vem usando as tornozeleiras eletrônicas nos agressores. As mulheres recebem outro equipamento que pode ser acionado com um simples toque. Ele emite um sinal para a central de monitoramento do Iapen, que aciona a polícia para ir até o local e evitar a agressão. Chamado de botão do pânico, o equipamento vem ajudando a manter muitos homens violentos longe das ex-companheiras.

Para a Juíza Shirlei, o grande problema da agressão à mulher é que são tantos casos que fica difícil fazer uma fiscalização mais rígida para saber se as medidas protetivas estão sendo respeitadas. “No geral elas funcionam porque muitos homens tem medo de serem presos. Mas ainda encontramos aqueles que fogem a essa regra e fazem de tudo para espancar e até tirar a vida da mulher”, disse.

POR ADAÍLSON OLIVEIRA
(FOTO: REPRODUÇÃO INTERNET)
agazeta.net

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