| Pesquisador vai usar conhecimentos para fortalecer ensino de sua cultura na comunidade Foto: Ascom UnB |
Morador da aldeia Mucuípe, localizada na Terra Indígena Praia do Carapanã, no município de Tarauacá, Joaquim Paulo de Lima Kashinawá tornou-se doutor pela Universidade de Brasilia (UnB) e foi destaque em sites nacionais como IG , Agência Brasil e UOL.
Primeiro índio a defender tese na sua própria língua, Joaquim Kashinawá obteve o título de Doutor e passou para o seleto grupo de intelectuais brasileiros.
Alfabetizado aos 20 anos, Joaquim Kashinawá almejava muito mais que o desejado título; ele desejava, também, a preservação de sua língua mãe.
Para ele, o acesso dos povos indígenas à graduação em um conhecimento ocidental servirá para que os indígenas estejam habilitados a reescrever a própria história, garantir o direito de lecionar, preservando a própria cultura, e resgatar traços da própria história, permitindo a autodenominação do povo.
“Agora, na academia, nós estamos recolocando a verdade, que somos Huni Kui e que o termo Kaxinawá foi colocado pelos colonizadores de forma pejorativa. Estamos fazendo um resgate de nossa língua. Minha tese será bilíngue; uma em minha língua. Ganhamos a experiência da academia e agora podemos agregar nossas tradições e preservar nossa história”, diz.
Reportagem contanto a história de Joaquim Kashinawá levou a ContilNet ao Prêmio de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá
A ContilNet Notícias, através da reportagem escrita pelo jornalista e colunista política Gina Menezes, foi uma das três finalistas do Prêmio Nacional de Jornalismo da Universidade Estácio de Sá, que tem como tema central a educação superior no Brasil.
A ContilNet Notícias concorreu com outras 261 reportagens ao prêmio na categoria Internet, com a reportagem “Das florestas para a Universidade: o acesso das camadas populares do Acre ao ensino superior”.
| Após a aprovação da tese na Universidade de Brasília, Joaquim entrará para o seletíssimo grupo de índios brasileiros com mestrado ou doutorado/Foto: Cedida |
A reportagem mostrou o novo retrato do ensino superior no Acre, frequentado por indígenas, filhos de seringueiros e outros integrantes das camadas populares, tendo como personagem central o mestre Joaquim Paulo de Lima Maná Kaxinawá, morador da aldeia Mucuípe, localizada na Terra Indígena Praia do Carapanã, no município de Tarauacá, doutorando em linguística, com ênfase na gramática Hãtxa Kuin.
A reportagem esboça um retrato humano e belo da conquista pelo ensino superior formal.
Veja a reportagem na íntegra:
Por Gina Menezes
Da Redação Da ContilNet Notícias