Casal de gays denuncia delegado na Corregedoria da Polícia Civil/Foto: Cedida |
Na última quarta-feira (18), o casal de namorados, o administrador de empresas Thiago Fernandes, 22 anos, e o historiador Jefferson Saady, 28, acompanhados pelo presidente da Associação de Homossexuais do Acre, Germano Marino, formalizaram denúncia contra o Delegado da Policia Civil do Acre, Mardílson Vitorino Siqueira, na Corregedoria Geral da Policia Civil do Estado.
Thiago e Jefferson dizem não se conformar em ver um delegado de polícia incitando a violência.
A denúncia veio de uma declaração polêmica do delegado, que afirmou, nesta semana, que o casal merecia uma “uma boa surra de cipó roxo”, ao comentar reportagem sobre o relacionamento entre dois homens, veiculada no Dia dos Namorados na ContilNet Notícias.
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De acordo com Germano, o casal foi recebido pelo próprio Corregedor Geral da Polícia Civil, Carlos Flávio Gomes Portela Richard, que após ouvir as partes tratou de providenciar a instauração do inquérito investigativo, pelo qual seguirá o processo para averiguação nestes casos da conduta administrativa de um agente público, e dos procedimentos penais cabíveis em declarações que orientam ou incitam violência.
“Não é política da Policia Civil do Estado do Acre, incitar violência ou qualquer outra forma de discriminação. Somos uma instituição para zelar pelos cidadãos e garantir seus direitos”, declarou o corregedor na ocasião.
Thiago e Jefferson também buscarão ressarcimento de danos morais, pelas declarações que incitam a violência, e já formalizaram ação no Juizado Civil, contra o delegado. Eles afirmam que as declarações causaram constrangimento e violaram, acima de tudo, a convivência pacifica de respeito num Estado brasileiro laico.
O historiador Jefferson Saady conversou com o jornalismo da ContilNet para falar sobre a polêmica. Segundo ele, as declarações do delegado não condizem com o atual cenário do Brasil, onde os homossexuais conseguem cada vez mais conquistar seu direito de igualdade.
"Nossa indignação é pelo papel que se prezou o delegado ao afirmar que homossexuais merecem surra de cipó; como se ter nascido homossexual fosse algo que dependesse de nós no momento em que estivéssemos saindo da barriga de nossa mãe".
De acordo com ele, o meio cultural também influência.
"Muito pelo contrário, acho que o meio cultural tem tanta influência quanto fatores ou determinantes biológicos. Assim como a heterossexualidade. Discutir a sexualidade de alguém hoje é algo tão anacrônico quanto querer saber se quem veio primeiro foi o ovo ou a galinha. O atual cenário social e cultural hoje é outro, temos sim que fazer prevalecer o direito de todos à vida, à liberdade e ao amor".
Jefferson afirma que a luta pela igualdade deve continuar.
"E é isso o que estamos fazendo, lutando para que ninguém saia de casa achando que pode sofrer qualquer repressão simplesmente por ser homossexual".
O historiador afirma que a postura do delegado não foi condizente com seus fixos profissionais e afirma esperar mais respeito de profissionais como ele.
"O que esperamos, no mínimo, é que o delegado seja coerente com suas funções profissionais e não saia batendo em todo homossexual que chegue em sua delegacia atrás de reivindicar direitos".
AHAC
A Associação dos Homossexuais do Acre (AHAC) afirma que acompanhará o caso de perto. De acordo com Rose Farias, membro da entidade, o casal procurou a AHAC para reivindicar seus direitos.
"Nosso papel é apoiar e lutar contra qualquer tipo de preconceito. Os dois jovens que foram agredidos nos procuraram, e estamos prestando toda a solidariedade".
Na próxima sexta-feira (20), o casal será recebido por membros da Associação para que devidos encaminhamentos sejam dados ao caso.
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De acordo com Germano, o casal foi recebido pelo próprio Corregedor Geral da Polícia Civil, Carlos Flávio Gomes Portela Richard, que após ouvir as partes tratou de providenciar a instauração do inquérito investigativo, pelo qual seguirá o processo para averiguação nestes casos da conduta administrativa de um agente público, e dos procedimentos penais cabíveis em declarações que orientam ou incitam violência.
“Não é política da Policia Civil do Estado do Acre, incitar violência ou qualquer outra forma de discriminação. Somos uma instituição para zelar pelos cidadãos e garantir seus direitos”, declarou o corregedor na ocasião.
Thiago e Jefferson também buscarão ressarcimento de danos morais, pelas declarações que incitam a violência, e já formalizaram ação no Juizado Civil, contra o delegado. Eles afirmam que as declarações causaram constrangimento e violaram, acima de tudo, a convivência pacifica de respeito num Estado brasileiro laico.
O historiador Jefferson Saady conversou com o jornalismo da ContilNet para falar sobre a polêmica. Segundo ele, as declarações do delegado não condizem com o atual cenário do Brasil, onde os homossexuais conseguem cada vez mais conquistar seu direito de igualdade.
"Nossa indignação é pelo papel que se prezou o delegado ao afirmar que homossexuais merecem surra de cipó; como se ter nascido homossexual fosse algo que dependesse de nós no momento em que estivéssemos saindo da barriga de nossa mãe".
De acordo com ele, o meio cultural também influência.
"Muito pelo contrário, acho que o meio cultural tem tanta influência quanto fatores ou determinantes biológicos. Assim como a heterossexualidade. Discutir a sexualidade de alguém hoje é algo tão anacrônico quanto querer saber se quem veio primeiro foi o ovo ou a galinha. O atual cenário social e cultural hoje é outro, temos sim que fazer prevalecer o direito de todos à vida, à liberdade e ao amor".
Jefferson afirma que a luta pela igualdade deve continuar.
"E é isso o que estamos fazendo, lutando para que ninguém saia de casa achando que pode sofrer qualquer repressão simplesmente por ser homossexual".
O historiador afirma que a postura do delegado não foi condizente com seus fixos profissionais e afirma esperar mais respeito de profissionais como ele.
"O que esperamos, no mínimo, é que o delegado seja coerente com suas funções profissionais e não saia batendo em todo homossexual que chegue em sua delegacia atrás de reivindicar direitos".
AHAC
A Associação dos Homossexuais do Acre (AHAC) afirma que acompanhará o caso de perto. De acordo com Rose Farias, membro da entidade, o casal procurou a AHAC para reivindicar seus direitos.
"Nosso papel é apoiar e lutar contra qualquer tipo de preconceito. Os dois jovens que foram agredidos nos procuraram, e estamos prestando toda a solidariedade".
Na próxima sexta-feira (20), o casal será recebido por membros da Associação para que devidos encaminhamentos sejam dados ao caso.
Kellyton Lindoso
Da ContilNet Notícias