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Por vias tortas, evidentemente, mas o Estado do Acre entrou no debate nacional depois da reação dos cheirosos tucanos de São Paulo, que anunciaram para o mundo que não querem ver por perto os pobres imigrantes do Haiti.
Como sempre a mídia brasileira só entra no debate quando o seu quintal também começa a sofrer algum tipo de ameaça.
Mídia que, em ano de Eleição para Presidenta (É, porque todas as pesquisas dizem que Dilma vai dar de barbada nos outros dois pretendentes) já definiu quem vai apoiar e está apoiando.
A senhora Eloisa de Souza, secretária de justiça e cidadania do governo tucano de São Paulo, autora de ataques descabidos ao Acre e ao seu governo, não fala por ela somente.
Nesse caso, é a porta-voz do grão-tucano, Geraldo Alckmin, que se esconde em meio aos problemas dos imigrantes haitianos, mas manda a subalterna dizer o que ele gostaria de afirmar.
O que seu governo e o PSDB querem dizer.
Só bobo para acreditar que essa nordestina (A dona Eloisa nasceu no Nordeste)preconceituosa fala pela sua própria cabeça e conta.
O governador Tião Viana garantiu que entrará com processo contra a secretária do governo paulista.
Na verdade, o silêncio do governador de São Paulo é um jeito novo de preconceito.
Preconceito contra um Estado pequeno e pobre economicamente.
Talvez pense o poderoso governador tucano de São Paulo: ‘eu não vou me trocar com um Estado que não sei nem onde está localizado’ (Este é o novo jeito de preconceito).
Porque é isso que a elite brasileira pensa do Norte, do Nordeste.
Para a paulistada, especialmente, o Brasil acaba em Minas Gerais.
Não fazem ideia que o Brasil é maior e mais importante que a vida dos magnatas donos da Avenida Paulista e jardins.
Fosse um governo solidário, sensível, tomaria uma atitude grande e levaria essa questão dos imigrantes haitianos a bom termo.
O que custa a São Paulo, o Estado mais rico da nação, ajudar o Acre e tomar à frente do problema para resolver de vez?
O que custaria a esse Estado brasileiro ajudar um dos Estados mais dependentes do Brasil?
Mas isso não acontece porque, infelizmente, este é um país de dois Brasis.
Um Brasil que tem tudo e um Brasil que não tem quase nada.
O Estado do Acre faz parte do Brasil que não tem quase nada, embora tenha aqui a maior riqueza do planeta pintada de verde.
Mas isso não importa para o Governo de São Paulo, que age como se fosse um país, outra nação e que não tivesse responsabilidade com o Acre também.
O Estado de São Paulo tem responsabilidade com estados menores, como o Acre.
O Brasil é uma federação e isso implica direitos iguais.
Como não há direitos iguais, os mais fortes deveriam pelo menos ajudar os mais fracos.
Como isso não acontece, o Brasil continuará sendo uma nação dividida entre os ricos, os muito ricos e os pobres.
A polêmica dos imigrantes haitianos, que não vai acabar agora, está servindo pelo menos para realçar as contradições do Brasil e seus Estados ricos e pobres.
Do extremo ao extremo: do Acre a São Paulo.
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